Se

O poema original de Rudyard Kipling, “If”, em inglês é tão espetacularmente perfeito, e esta leitura por Robert Morley tão apropriada”¦ e, no entanto, só pode ser entendida por quem compreenda essa língua estrangeira.

Se este não for seu caso, não tema. Há várias versões traduzidas ao português, e delas, a abaixo de Guilherme de Almeida me pareceu uma muito boa. Inspire-se:

“Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar””sem que a isso só te atires,
de sonhar””sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e””o que ainda é muito mais””és um Homem, meu filho!”

[Vídeo via Richard Wiseman”™s Blog]

4 comentários sobre “Se

  1. Já virou praxe no mundo ocidental babar o ovo de maçons. Quando são “artistas” então o baba-ovismo é estratosférico.

    Não há nada demais nesse “poema” bobo.

    Mas, é claro os maçons precisam ser promovidos por críticos maçons e a plebe, através desses críticos, deve ser educada a aceitar a supremacia maçonica em todos os nichos culturais, sejam eles os quadrinhos ou literatura.

    Malditos maçons.

  2. Cacetada, Mori, que bonito esse seu post. E veja como a gente tem oportunidade pra ser besta: eu nunca fui de ler o Kipling por causa das posições políticas dele, e, bobagem é espirrar na farofa, isso aí é burrice pura. E que bacana ocasião para lembrar o Guilherme de Almeida, tristemente esquecido mesmo aqui em Sampa.

    Abraços. Gostei muito desse poema.

  3. Pode crer, é meio budista sim. Eu li uma resenha segundo a qual o poeta era influenciado pelo extremo oriente, mesmo sendo um doido de um racista britânico. Como as coisas podem ser contraditórias, hein, gente?

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