Florence Cook, Katie King: A garota que era sua própria fantasma

Katie King? Quem foi ela?
Katie King era o suposto espírito que se manifestou em fins do século XIX através da médium Florence Cook, então uma jovem atraente de apenas quinze anos de idade. O mais impressionante é que, através de Cook, King podia se ‘materializar’ em vários graus, culminando com materializações de corpo inteiro. Katie King era um espírito que não só podia ser fotografado, como era capaz de andar, tocar pessoas, e ser tocado por elas.

Ela era a única capaz disto?
Na verdade, não. Muitos outros médiuns contemporâneos alegavam poder fazer espíritos materializarem-se de forma mais sólida em suas sessões. Freqüentemente eram desmascarados, chegando ao ridículo de andar de joelhos para se passar por espíritos materializados de crianças. A médium Florence Cook e seu espírito canalizado Katie King entraram para a história principalmente porque Cook procurou o respeitado cientista William Crookes, que realizou então uma série de investigações e declarou a autenticidade da manifestação física do espírito de King.

Quem era William Crookes?
Crookes era um cientista que se interessou por pesquisar o espiritualismo, supostamente de forma científica, crítica. Encontrou muitas fraudes, mas também teria descoberto e declarado muitos casos autênticos, como o de Daniel Home e o próprio caso de Florence Cook e Katie King. Crookes presidiu a Society for Psychical Resarch, mas depois de um tempo deixou as investigações de espíritos de lado. Seus experimentos posteriores com tubos de vácuo seriam decisivos na criação do tubo de raios catódicos, e Crookes também descobriu um elemento químico, o tálio. Ele também foi noemado Sir, e chegou a presidir a Royal Society. Mas antes de morrer voltou a declarar seu endosso e nenhum arrependimento das pesquisas, alegações e conclusões que havia realizado sobre os espíritos.

Como foram as investigações de Crookes? Quais as evidências mais sólidas delas?
De todas as elaboradas investigações de Crookes, sobre as quais só temos seus próprios relatos e conclusões, ainda que com outras testemunhas, as evidências mais sólidas que restam acabam sendo as fotos tiradas de Katie King e Florence Cook. Infelizmente, elas mostram como o suposto espírito Katie era idêntico à própria médium Cook.

Como?
Abaixo você pode ver imagens comparando o rosto do espírito Katie King, sempre vestida de branco, com o de Florence Cook, sempre de preto.

A semelhança óbvia entre King e Cook havia sido notada por muitos, mesmo antes das investigações de Crookes. A conclusão sensata era que Cook estava simplesmente se vestindo de branco e se passando por um espírito. Daí porque Crookes passou logo a se centrar em demonstrar que 1- Todos em uma sessão estavam identificados (ninguém poderia entrar e se passar por um espírito), e 2- Que o espírito Katie King não era Florence Cook (e nem qualquer outra pessoa presente).

Crookes conseguiu provar que King não era Cook (mal) disfarçada?
O cientista realizou inúmeros testes elaborados. Amarrar a médium Cook para impedir que saísse de branco era o padrão, mas para sanar qualquer dúvida fios elétricos foram amarrados na médium, que não poderia retirá-los sem que isso fosse registrado em um grande indicador visível a todos. Ao mesmo tempo, quando ainda assim o espírito de Katie King se materializou, pediu-se que colocasse a mão em uma subtância salina — se fosse Cook, com os fios amrrados ao corpo, isto também seria detectado. Mas não foi.
Some-se a isso inúmeros relatos do próprio cientista de ter visto claramente Cook e King ao mesmo tempo, bem como o de outras pessoas, e o fato de, apesar de certas semelhanças físicas, também haver relatos de diferenças.
No entanto, todas estas evidências são postas em dúvida, em parte porque as diferenças muito relatadas também não foram bem registradas nas fotos que restaram, mas principalmente por uma implicação um tanto sórdida.

Detalhes sórdidos?
Por algum motivo, Crookes não hesitou muito em falar da beleza de Katie King. Mais de um crítico contemporâneo sugeriu que Crookes estava envolvido de forma íntima com a jovem Florence Cook, se passando ou não pelo espírito Katie King. Dado que Crookes era muito mais velho, casado, com filhos e que as experiências e a suposta relação tinham lugar na própria casa de Crookes, onde também estava sua mulher grávida, tudo adquire um ar de acusação baixa de céticos desprezíveis.

Acusações baixas?
Embora ninguém tenha provado que Crookes se envolveu de forma íntima com Cook/King, a possibilidade deve sim ser considerada seriamente. Florence Cook começou a apresentar supostos dons mediúnicos em sessões realizadas em sua casa, apoiadas por sua própria mãe. Logo ela pôde realizar feitos incríveis, como levitar, e curiosamente em pelo menos uma destas sessões “mãos invisíveis” retiraram toda sua roupa em frente a todos. Depois disto, a preocupada mãe quis limitar os feitos apenas à família, mas King passou a materializar espíritos — de início, apenas materializando rostos que apareciam em um buraco num gabinete. Já então, os rostos materializados por Cook se pareciam estranhamente com ela mesma. Outro detalhe curioso é que a irmã de Florence também se tornou uma médium.
O espírito de King deixava ser tocado, e tocava as pessoas, sentando em seus colos. Também se deixava ser examinado, contanto que as pessoas fossem gentis e cuidadosas. Em pelo menos um relato (citado por crédulos porque apóia a autenticidade do caso) também se conta como King ficou completamente nua em frente a Florence Marryat, e disse “Agora você pode ver que eu sou uma mulher”. A idéia era mostrar que o espírito era sólido e perfeitamente formado, mas ainda que tenha sido em frente a uma mulher, o tom erótico de espíritos que se despem é evidente mesmo a quem não seja malicioso. E se Cook já havia sido despida por “mãos invisíveis” em sessões anteriores, na presença não só de mulheres, o erotismo de todo o caso torna-se relevante.

Crookes realmente se relacionou com Cook e mentiu sobre seus resultados e pesquisas?
Outra vez, é difícil realmente saber. Mas a fraude de Cook teria sido exposta pelo menos duas vezes. A primeira, foi mesmo antes dela contatar Crookes. William Volckman estava assistindo uma sessão e resolveu agarrar o espírito de Katie King para mostrar que era na verdade apenas Florence Cook. Mas dois homens, um deles o noivo de Cook, logo foram salvá-la. Eles afirmaram que o espírito de King despareceu então no ar. Volckman disse que King/Cook foi solta à força de suas mãos, e que ela teria mesmo machucado seu nariz (que espírito!). Como Volckman depois se casou com uma médium rival, seu testemunho não foi muito considerado, embora o caso tivesse abalado a credibilidade de Cook. Logo depois, ela iria então procurar Crookes para uma validação.
As investigações de Crookes com King tiveram um fim quando o esp

írito declarou que deveria partir. Isso curiosamente ocorreu pouco depois que Florence Cook, a médium, se casou. A suposta despedida de King de Florence, presenciada por Crookes, é comovente. Mas é também muito questionada. A despedida, ao que parece, era na verdade entre King/Cook e Crookes.
Algum tempo depois que King havia partido, e portanto Crookes já não investigava mais King/Cook, Florence Cook passou a materializar outro espírito! Que também se parecia muito com ela!
E com este outro espírito (“Marie”) Cook não teve muita sorte. Em uma sessão, Sir George Sitwell fez o mesmo que Volckman anos antes: intrigado com a semelhança, simplesmente agarrou o “espírito”. Desta vez, ninguém foi em sua ajuda, e previsivelmente, ela tampouco desapareceu no ar. O espírito Marie mostrou ser definitivamente a própria Cook, indicativamente vestida apenas com roupas íntimas.

E então? Cook era uma fraude e Crookes também?
Há pouca dúvida razoável sobre o fato de que Cook era uma fraude. As fotos que temos mostram que King e Cook não só eram parecidas, como idênticas. Se elas realmente apareceram diferentes em ocasiões, tudo que há neste sentido são testemunhos, e testemunhos também há sobre fraude. Contudo, se se aceita que Cook era uma fraude, no mínimo Crookes foi enganado. No médio, participou da fraude por algum motivo. No máximo, foi porque se envolveu com ela.
Vale dizer outra vez que o envolvimento íntimo de Crookes não é uma certeza. Só temos de certo as palavras românticas do cientista sobre ela, os tons eróticos das sessões e a estranheza de que Crookes nunca tenha relatado nenhum indício de fraude, quando sabemos que ela ocorria pelo menos por vezes. Em ciência, isso não é suficiente para condená-lo. Mas já daria uma boa novela.

– – –

Para saber mais:
Florence Cook & The Enigmatic Katie King– Um bom apanhado do caso, de um site hostil a céticos que ainda assim duvida do caso de Cook.
Independent Testimony as to the Mediumship of Florence Cook– trecho do depoimento de Florence Marryat, onde ela conta o episódio onde King ficou nua e lhe mostrou que era uma mulher, entre outros eventos pitorescos.
Story of Florence Cook– Trecho do livro de Nandor Fodor sobre o caso.
A Lawyer Defends Sir William Crookes– Zammit faz sua defesa veemente de Crookes.
The Mediumship of Florence Cook

17 comentários sobre “Florence Cook, Katie King: A garota que era sua própria fantasma

  1. Putz e no outro post relacionando um crédulo fala em diferenças no septo nasal…
    Triste necessidade de se explicar a vida de alguma forma. E também um pouco de má fé em atribuir aos espíritos, Deus, carmas, influencias energéticas, as besteiras, erros e bobagens que cometemos.

  2. Pode-se observar que todos esses fenômenos supostamente suprafísicos só foram constatados por cientistas de antanho…
    Se tais seres de fato existem, por que eles não se apresentam à Ciência DE HOJE, que tem todos os instrumentos e controles de experimento que podem atestar se são REAIS ou não???
    Por que os defensores da existência de tais fenômenos não procuram, por exemplo, James Randi e submetem tais eventos aos critérios que ele elencou???
    Como isso não acontece, a suspeita permanece…

  3. Pode-se especular sobre qualquer coisa. O mérito científico de Crookes é inegável. Ele detalha meticulosamente os cuidados que teria tomado para evitar fraude. Porém, é sabido que muitos colegas cientistas não corroboraram suas conclusões. Mas há um detalhe que põe por terra toda a parafernália descrita por ele e todo o apelo à sua fama acadêmica: As fotos de Florence e Katie mostram uma ,e apenas uma, só pessoa. As semelhanças não deixam dúvida. Resta saber se Crookes fora enganado ou conivente com a farsa. Quanto aos espíritas, normalmente cultos e bem educados, peço licença, para dizer que fé raciocinada é uma ficção criada por Kardec. A fé não resiste ao raciocínio, que deseje levar o questionamento às últimas consequências. Saudações sinceras.

  4. O nome deste site deveria ser ceticismo fechado, não aberto. É bem sabido, a não ser que não se queira por má vontade, que W. Crookes foi um cientista realmente sério e por consequência cético nas suas observações. Quem leu a obra no qual Crookes detalha como foram feitas essas investigações verá que suas investigações , e seus processos científicos eram absolutamente rigorosos. “A fotografia é impotente pra reproduzir a pureza de uma tez ou expressão”, diz Crookes. As fotos que ai estão não reprovam os fatos provados por Crookes, a começar por serem preto e branco, pois a cor dos cabelos são diferentes. A altura de Katie e Cook são diferentes, o que essas fotos não podem mostrar, e assim não podem serem usadas como contra provas. Ademais, foram tiradas fotos com a duas ao lado de Crookes, sem falar que os visitantes que estava no local onde era feito as investigações viram as duas ao mesmo tempo, uma ao lado da outra. Esses “detalhes sordidos” não provam nada contrário ao que o cientista se propôs a provar, apenas provam a má vontade humana, quando se quer caluniar por nenhum outro motivo que não seja pessoal ou mesmo por pura leviandade. Kardec nunca disse que a fé residia na razão, disse que esta devera se apoiar àquela.

  5. Tudo que se tem por prova material da existência dos espíritos, são peças produzidas em shows de materializações duvidosas (ou comprovadamente falsas), mãos de parafina, mesas que levitam, respostas por batidas e outras manifestações que cairiam bem num picadeiro de circo. Os testemunhos podem ser mentirosos e o que deveriam ser provas fotográficas, mostram apenas fraudes grosseiras tais como médiuns expelindo mechas de algodão ou gaze onde se vêem pequenos rostos recortados de fotografias e outros truques visíveis até para uma criança. Mesmo as fotos do famoso Peixotinho tem essa característica clara. Podemos citar com tristeza a fraude notável de Otília Diogo com a conivência implícita de Chico Xavier que aparece ao lado da médium fantasiada de fantasma. Tudo isso não basta para abrir os olhos dos espíritas crédulos e cegados pela fé que julgam raciocinada. Pergunto por que, se os espíritos existissem,eles não produziriam provas palpáveis de sua presença entre nós, e não apenas esses espetáculos de mau gosto que qualquer mágico de meia tigela sabe reproduzir ? Por que não indicam de forma patente a natureza e a maneira de detecção por experimentação científica do ectoplasma ? Todas as dissertações em matéria científica encontradas na codificação espírita são evasivas e não comprováveis. É pura pseudociência, infelizmente. Até mesmo um de seus dogmas emprestado da ciência, a existência do éter, já foi refutada no princípio do século passado. Kardec associa-se incondicionalmente ao mesmerismo. Por que os Espíritos superiores não o advertiram do erro ? O vídeo abaixo ilustra bem o que digo:
    http://www.youtube.com/watch?v=SkA0ntN6TMU&feature=mfu_in_order&list=UL
    As fotos contidas no livro “fatos espíritas” mostram que o relato de Crookes é , no mínimo, tendencioso. No site http://www.prairieghosts.com/florence.html , pode-se verificar que a médium fora apanhada em fraudes e que a única foto em que apareceriam as duas (Florence/Katie), mostra Florence recostada sobre uma cadeira e um vulto envolto num tecido que lhe encobre até o rosto, isto é muito suspeito. O relato de Crookes fala em muitos cuidados e em diferenças físicas entre as duas, as fotos desmentem, são as mesmas pessoas. Não há má vontade, o cético quer a verdade, o crente quer a esperança. Nem sempre as duas caminham lado à lado, infelizmente.
    O paranormal não sobrevive ao método de validação científica. O espiritismo postula ser ciência, mas parece não ser mais que um avançado conjunto de mandamentos morais ,suportados por primitiva superstição. Saudações sinceras.

    1. Minha amiga, leia os livros de Kardec.
      Se você acha que sabe tudo sobre esse universo infinito, fique a vontade, você é a razão. Cada um cria o mundo onde quer viver. Um dia todos conhecerão a verdade, cada um tem seu tempo. Mas respeite a crença das pessoas, da mesma forma que quer ser respeitada ao não acreditar. E se você acha que o espiritismo é uma fraude, porque se preocupar tanto em provar isso? Não há necessidade de provar nada pra ninguém, e sim pra você mesma.
      Fique com Deus!

  6. Pode-se notar o quanto certos indivíduos procuram, através do cinismo e da irresponsabilidade, distorcer os fatos tão sobejamente conhecidos no mundo inteiro, envolvendo uma médium de efeitos físicos íntegra e um cientista sério e competente. Pior ainda, vê-se, pelos comentários, o quanto o leigo, que jamais presenciou uma experiência dessa natureza, discutir o fato, taxando de simples crendices, fraudes e superstição. Se deixarem de lado suas convicções preconcebidas e procurarem a fonte (livros sérios, documentos autênticos, etc, verão quão precipitados e tolos são suas observações aqui postuladas…

    1. Amigo Pedro, peço que você e todos os outros que duvidam da seriedade do espiritismo estudem primeiro a fundo não só a obra de Crookes, mas de muitos outros homens sérios, físicos, químicos, biólogos, psicanalistas, pedagogos, matemáticos, e de vários campos da ciência, que estudaram sem medo de serem ridicularizados, como Gabriel Dellane, Camille Flammarion, Leon Denis, Fredrich William Henry Myers, C Imbassahy, Alexandre Aksakof, A. RUSSEL WALLACE, CROMWEL VARLEY, OLIVER LODGE, WILLIAN BARRET, FREDERICO MYERS, A. DE MORGAN, ERNESTO BOZZANO, CHARLES RICHET, GELEY, OCHOROWICZ, sem esquecer do educador e codificador da doutrina espírita Hipolite León Denizar Rivail e de muitos outros que se propuseram a um estudo sério sobre os muitos fenômenos que aconteciam na época e que ao contrário do que você afirma, não deixaram de acontecer, mas acontecem sem alardes porque o objetivo na época era justamente chamar atenção do mundo para o estudo do ser espiritual que somos.
      As materializações não são mais necessárias como antes, pois já aprendemos que isso existe e o porquê de existir. Só não sabe quem não estuda, como qualquer outra ciência.
      Antes de falar e se ater somente ao fenômeno de materialização, que é o que menos importa no espiritismo, deveriam levar em conta o lado doutrinário que nos ensina o amor e a caridade, o bem e a alegria e toda moral cristã que muitos esquecem que é o objetivo principal dessa doutrina que ao contrário do que pessoas sem base, porque não estudaram todas as obras dos autores acima, afirmam.
      Não se deixem levar por este ceticismo sem base. Como ir contra algo que só prega o bem? Por acaso nunca ouviram falar de Francisco Xavier, que era um exemplo de desprendimento, doçura, humildade e caridade? QUANTOS DE VOCÊS TEM A CORAGEM DE DEDICAR A VIDA PARA O PRÓXIMO COMO ELE DEDICOU? NÃO SÓ ELE, MAS MUITOS OUTROS QUE TRABALHAM ANÔNIMOS NAS RUAS JUNTO AOS MENDIGOS, NAS FAVELAS ONDE REINA A MISÉRIA MATERIAL, NOS ALBERGUES, NOS LARES, NAS INSTITUIÇÕES INÚMERAS QUE TEM E MUITAS VEZES NEM SE SABE PORQUE NÃO SE QUER ALARDE, SE QUER APENAS AJUDAR A TORNAR O MUNDO UM POUCO MELHOR.
      Quando se vai criticar algo, temos que conhecer a fundo. Não falem o que não tem ainda capacidade para entender.

    2. Não, Pedrinho. Pararam pela mesma razão que hoje um professor de Química fala da existência do núcleo atômico sem precisar repetir a experiência de Rutherford toda vez que o faz; testemunhos de homens como Richet, Lombroso, Crookes, Gibier, etc. fizeram com que o fato se tornasse axiomático (algo tão evidente que não precisa ser demonstrado)…. Mesmo assim os Espíritos ainda permitem tais experimentos. Basta você pesquisar para encontrá-los (se vão permitir sua presença neles eu não sei).

  7. Olá
    Paul Gibier e Ernesto Bozzano, eminentes pesquisadores, discutiram amplamente sobre as materializações de Espíritos, tanto quantos outros surpreendentes fenômenos de efeitos físicos.
    Assim se manifestou o Dr. Gibier na sua obra Materializações de Espíritos:”Declaramos, à viva voz, que ao começar estas pesquisas, tínhamos a íntima convicção de que nos encontrávamos em face de uma colossal mistificação, que precisava ser descoberta, e levamos muito tempo para nos desfazermos desta idéia”.
    Gibier estudou por muito tempo o médium Slade.
    Curioso que o pai da teoria da evolução, o muito cético Alfred Russel Wallace, (e não me digam que ele não é o pai) também pesquisou tais fenômenos, e tão convicto ficou que fundou o Instituto de Pesquisas Psíquicas de Londres.
    Se alguém, se interessando em aprofundar os conhecimentos neste campo, verá que há casos em que o Espírito não consegue plasmar suas próprias características físicas predominando a do médium.
    Não ocorreu somente este fato de Kate King, o historiador espírita, Sir Arthur Conan Doyle, autor de Sherlock Holmes, presenciou dezenas de outras materializações.
    Os Espíritos continuam se manifestando no movimento espírita, nas casas espíritas e deve haver razões para evitarem o evidente e desnecessário desgaste no meio cético.
    Estude e se surpreenda, se tiver coragem, é claro.

  8. Os espíritos existem. A vida após a morte é um fato. O que está em jogo aqui é a materialização de espíritos, a ectoplasmia. De fato, no caso Katie King, a única coisa que pode salvar as investigações de sir William Crookes é a possível transfiguração da médium: nesse caso, não havia mesmo um espírito materializado, mas sim a própria Florence Cook que se transfigurava em dados momentos, confundido Crookes e demais participantes.
    Também o grande Charles Richet foi enganado em 1905, nas célebres sessões de Vila Carmen, na Argélia, com a médium Marthe Beráud: o espírito de Bien Boa não convenceu. Assim como as ” ideoplastias ” da própria Marthe Beráud ( dessa vez com o nome de Eva Carrièrre ), produzidas nas sessões estudadas pelo barão Albert von Schrenck-Notzing. Contudo, há fortes indícios de que Schrenck-Notzing fosse mesmo um grande pesquisador e que a fraude vinha da parte de Juliette Bisson, protetora de Eva e presente nas sessões com ampla liberdade ( muitas ocorreram na sua casa ).
    O ectoplasma, se existe, é um fluido vital sem poderes extraordinários. E as aparições de fantasmas, testemunhadas por muitos ao longo da História, se reduzem a ” fantasmas diáfanos “, vaporosos, raramente com alguma solidez. A materialização de um espírito, num estado em que o mesmo apresente praticamente todos os atributos de um ser vivo comum, é mesmo duvidosa e até agora nenhuma prova concreta pode ser elencada.
    Quanto aos ” pequenos rostos recortados de fotografias “, como foi dito acima, muito comentados no caso de Eva C. com Schrenck-Notzing, na própria época da publicação dos trabalhos ( 1914 ) já se dizia serem ideoplastias ( imagens plasmadas ) e nunca espíritos. Ainda que, também nesse caso, exista grande controvérsia.

  9. HERESIAS – “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” – Paulo, I Corínthios, 11:19 – Recebamos os hereges com simpatia, falem livremente os materialistas, ninguém se insurja contra os que duvidam, que os descrentes possuam tribunais e vozes. Isso é justo. Paulo de Tarso escreveu este versículo sob profunda inspiração. Os que condenam os desesperados da sorte não ajuízam sobre o amor divino, com a necessária compreensão. Que dizer-se do pai que amaldiçoa o filho por haver regressado a casa enfermo e sem esperança? Quem não consegue crer em Deus está doente.
    Nessa condição, a palavra dos desesperados é sincera, por partir de almas vazias, em gritos de socorro, por mais dissimulados que esses gritos pareçam, sob a capa brilhante dos conceitos filosóficos ou científicos do mundo. Ainda que os infelizes dessa ordem nos ataquem, seus esforços inúteis redundam a benefício de todos, possibilitando a seleção dos valores legítimos na obra iniciada. Quanto à suposta necessidade de ministrarmos fé aos negadores, esqueçamos a presunção de satisfazê-los, guardando conosco a certeza de que Deus tem muito a dar-lhes. Recebamo-los como irmãos e estejamos convictos de que o Pai fará o resto. – pelo espírito de EMMANUEL – FRANCISCO CÂNDDO XAVIER – do livro CAMINHO, VERDADE E VIDA – FEB.
    Sempre que vejo opiniões como esta acima, penso que o Espírito de Emmanuel realmente estava certo ao dizer que ateus são doentes. Como explicar, se não pela doença, o ponto de vista de alguém que para sustentar suas ideias imagina que William Crookes não se deu ao trabalho de dar alguns passos, quando percebeu a semelhança entra o Espírito e a médium, para verificar se esta estava adormecida na cabine… até uma criança faria isto!
    Mas houve outro episódio semelhante, que os ditos céticos não relatam:
    O médico francês, ganhador do Prémio Nobel de Medicina em 1913 pela descoberta da anafilaxia e que também entrou para a História médica por ser criador da soroterapia — a inserção de medicamentos e outras substâncias vitais diretamente no sangue —, Dr. Charles Robert Richet, estudioso das aparições, testemunhou e registrou um grande número delas, e um dos fatos espíritas testemunhado pelo laureado cientista francês tem importância histórica para o Espiritismo, por constituir prova peremptória da realidade das aparições tangíveis:
    — Quando o Dr. Charles Richet começou a publicar suas observações nos jornais da época, críticos — nestes casos aqueles que nada assistem são os que apresentam os melhores argumentos — afirmavam que o Espírito que aparecia nas sessões, uma mulher, nada mais seria que o médium, que ludibriava a vigilância dos presentes e se apresentava como Espírito, em trajes femininos — normalmente, naquela época, médiuns eram mantidos em grandes sacos com fortes cordões embainhados na boca e amarrados em volta de seus pescoços; isto permitia–lhes um relativo conforto e liberdade de movimentos sem que pudessem sair da cabine ou usar as mãos para produzir truques —; para calar de vez aqueles argumentos, mentores espirituais daquelas experiências permitiram que o Espírito daquela mulher se apresentasse totalmente despido em algumas sessões..

  10. Aqui, as qualificações do “ingênuo”: – Sir William Crookes – 1832–1919 – pode ser considerado um dos mais proeminentes físicos dos séculos XIX e XX. Em 1863 foi eleito membro da Royal Society (Reino Unido). Obteve as seguintes láureas: a Royal Gold Medal, em 1875; a David Medal em 1888; a Sir Joseph Copley Medal em 1904; foi nomeado cavaleiro em 1897, pela rainha Vitória; e, em 1910, ganhou a Ordem de Mérito. Foi presidente das seguintes instituições: Royal Society, Chemical Society, Institution of Electrical Engineers, British Association e Society for Psychical Research. No campo das pesquisas científicas Crookes é conhecido como o descobridor do elemento químico de número atômico 81, o Tálio; do Radiômetro; do Espintariscópio; do Tubo de Raios Catódicos, mais conhecido como Tubo de Crookes, etc. (Criado para provar que a matéria existia em um “estado radiante”, a partir do tubo de raios catódicos tivemos a invenção das lâmpadas fluorescentes, do Raio X, do tubo de imagem dos televisores, monitores de computadores, câmeras filmadoras, etc. Sem esquecermos que foi devido a observações feitas durante uma experiência com um deles que Rutherford deduziu a existência do núcleo atômico. N. do A.). Na área da divulgação científica, ele foi fundador do Chemical News, em 1859, e editor do Quarterly Journal of Science, em 1864. Em 1880, recebeu uma medalha de ouro e o prêmio de 3.000 francos, da Academia de Ciências da França – Extraído da Encyclopedia of Psychic Science, de Nandor Fodor – USA: University Books, 1974) pelo Prof. Hernâni Guimarães Andrade – «Revista de Espiritismo» Número. 35, Julho / Agosto / Setembro de 1997.

  11. O crédulo do septo nasal dá o seu pitaco aqui insistindo neste ponto. Compare a primeira foto (da fantasma) com a segunda (da médium). A médium tem o septo baixo, que seria visível numa foto de frente. Mas ele não é observável na foto de frente da fantasma. Por que será?
    Agora uma perguntinhas:
    1 – Muitos outros médiuns contemporâneos alegavam poder fazer espíritos materializarem-se de forma mais sólida em suas sessões. Frequentemente eram desmascarados, chegando ao ridículo de andar de joelhos para se passar por espíritos materializados de crianças.
    – Beleza! Será que o sr Kentaro poderia passar a lista desses numerosos médiuns contemporâneos a Cook e quando, como e por quem foram surpreendidos em fraude? Estou muito interessado em ver isso.
    2 – Crookes era um cientista que se interessou por pesquisar o espiritualismo, supostamente de forma científica, crítica. Encontrou muitas fraudes, mas também teria descoberto e declarado muitos casos autênticos, como o de Daniel Home e o próprio caso de Florence Cook e Katie King.
    – Ah! Então Crookes encontrou MUITAS FRAUDES? Certamente não foi porque os farsantes foram bonzinhos com ele e se deixaram apanhar. Teria sido porque os métodos para detetar essas fraudes eram dos bons! Tanto assim que ele só validou uma meia dúzia de médiuns. Com apenas uma exceção, Ana Eva Fay, NENHUM dos outros foi famoso por ser ou ter se envolvido com prática de ilusionismo. É uma coisa estranha, pois o ilusionismo era inofensivo, tanto para o público, como para o mágico. Já os médiuns estavam sujeitos a serem encanados a qualquer momento. O médium reunia uma meia dúzia de gatos pingados para uma sessão paga que não lhe renderia muita coisa. Já um ilusionista reunia um público bem maior num teatro, podia ser melhor remunerado e sem problemas com a polícia. Já que, na opinião dos sábios céticos os tais médiuns não passavam de escamoteadores, então porque cometiam essa burrada de se fazerem passar por agentes de espíritos quando podiam se sair bem melhor como ilusionistas? Alguma coisa não está encaixando…
    Manda ver, Kentaro.

  12. Quer provar alguma coisa? Simples, vá num centro de umbanda onde espíritos menos elevados se manifestam e converse com um “preto véio”, quando ele começar a ler a sua mente e responder perguntas antes de formuladas verbalmente, vc vai ver que existe algo fora do normal.
    Em um centro de mesa branca os espíritos com mais regras não agem dessa forma, contudo os não tão elevados nem regras têm a cumprir, sugiro então aos materialistas convictos fazerem o teste…

  13. De volta aqui o crédulo do septo nasal
    Dizem que o Crookes foi enganado, mas alguém tem aí as demonstrações de como ele foi enganado? Sim, pois um jornalista, o Jules Bois, declarou ter sido amante da Florence Cook e que ela teria lhe revelado que enganou o cientistas com truques bobos e infantis. Os que citam Bois, dizem ainda que ele testou os truques comprovou a plena viabilidade deles. Só que até hoje não vi qualquer descrição desses truques. Alguém se dispõe a preencher esta lacuna?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *