Lago de Cote

Local: Lago de Cote, Costa Rica
Data: 4 de setembro de 1971

A incomum fotografia foi tomada por uma aeronave oficial de mapeamento do governo da Costa Rica, que voava a 10.000 pés de altitude sobre o Lago de Cote, região de Arenal. As fotografias de mapeamento eram tomadas automaticamente, e os quatro tripulantes, incluindo um especialista em fotografia aérea, um geógrafo, um topógrafo e mais o piloto, não perceberam nada de incomum na ocasião. O aparente objeto discóide sobre o lago só foi notado na imagem depois da revelação. O filme, preto-e-branco, especial para tais tarefas, é enorme, medindo 23 cm x 23 cm, o que permitiu uma clareza extraordinária. Segundo Jacques Valleé, um dos que analisaram o caso, “podem-se ver vacas no campo“.

Comentário: De pronto, é um caso fotográfico inexplicado até o momento, envolvendo um OVNI real. Ou não. A fotografia chegou a público nos anos 80, por iniciativa de um dos tripulantes do vôo, que contatou o ufólogo costa-riquenho Ricardo Vilchez. Em 1985, um negativo de segunda geração chegou às mãos do ufólogo Jacques Valleé, que, em conjunto com Richard Haines, realizou uma análise da fotografia, publicada em 1989 no Journal of Scientific Exploration. Os ufólogos também tiveram à sua disposição cópias dos negativos adjacentes ao negativo com o OVNI — lembrando, as imagens foram tomadas por um sistema de mapeamento automatizado. Nessas imagens adjacentes, tomadas 20 segundos antes e 20 segundos depois, não há nada de incomum.

O caso fotográfico é praticamente perfeito. A possibilidade de fraude é pequena, dada a fonte oficial. Conhecem-se a hora e local precisos, e além de tudo, o negativo é de altíssima qualidade. Valleé e Haines analisaram a geometria do cenário, e estimaram que o tamanho máximo do disco, supondo um objeto real na altura do solo, seria de 210 metros. Suas análises também contaram com processamento computadorizado da imagem, algo ainda raro na época. Sua conclusão:

Em resumo, nossas análises sugeriram que um objeto aéreo opaco não-identificado foi capturado em filme a uma distância máxima de 10.000 pés. Não há meios visíveis de ascensão ou propulsão e nenhuma marca de superfície além das regiões escuras que parecem não ser aleatórias. Este caso deve permanecer ‘aberto’ até que maiores informações estejam disponíveis“.

Em uma atitude extremamente louvável, o paper da análise contou com a publicação de uma revisão por uma referee, Marilyn E. Bruner, cientista do Laboratório de Pesquisas Lockheed Palo Alto. Avaliações por pares é uma prática científica comum.

Enquanto eu concordo que a imagem [do disco] é muito sugestiva, minha impressão é de que provavelmente não representa um objeto físico“, avaliou Bruner. Notando diversas inconsistências, a referee opinou que “a imagem oval é mais provavelmente um artefato como uma marca de pressão [sobre o filme], e não a imagem fotográfica de um objeto físico. Tal marca poderia ter sido causada por uma partícula presa entre duas camadas de filme no rolo“.

Em fevereiro de 1990, Valleé e Haines finalmente obtiveram acesso ao negativo original, e realizaram uma nova análise. Eles puderam confirmar suas avaliações anteriores, sem detectar sinais de fraude no negativo. Igualmente importante, avaliaram a sugestão de Bruner de que o disco fosse um problema no negativo. Segundo eles, como o negativo original não possuía qualquer protusão ou depressão, a hipótese de que o disco fosse produto do dano causado por uma partícula falhava em obter apoio.

A nova análise conclui: “A sorte na obtenção do negativo original resultou na confirmação de nossa especulação anterior de que o disco aéreo é certamente anômalo. Embora possa não ser inexplicável, é ao menos não-identificado“.

De fato, permanece não-identificado. Poderia ser um disco real de mais de 200 metros de tamanho surgindo do Lago de Cote? Seria realmente algo extremamente anômalo, por diversos motivos.

As fotografias tomadas segundos antes e segundos depois não mostram nenhum OVNI. Supondo que o disco não tenha sido fotografado nessas outras imagens por ter se deslocado rapidamente para fora do enquadramento, pode-se estimar sua velocidade mínima. Valleé e Haines mesmo fizeram a estimativa, e o disco deveria ter se deslocado no mínimo a 2.300 Km/h. Saindo de dentro de lago e disparando em tal velocidade, esperaríamos que criasse um estrondo sônico, mas os tripulantes do avião nada notaram.

As fotografias adjacentes não apenas não mostram nenhum disco. Elas também não mostram nenhuma agitação na água do lago. Somando-se isso a certas inconsistências na imagem do OVNI, ele pode ser realmente um problema no filme, e não um objeto físico real, como notou Bruner.

Ou não.

Confira: Photo Analyses of an Aerial Disc Over Costa Rica (em inglês)
E também: Photo Analysis of an Aerial Disc Over Costa Rica: New Evidence (em inglês)

5 comentários sobre “Lago de Cote

  1. “As fotografias adjacentes não apenas não mostram nenhum disco. Elas também não mostram nenhuma agitação na água do lago […]”

    Incrível como a maioria faz comparações com a realidade terrestre. Sim, um avião partindo a 2.300 Km/h causaria agitação na água. Mas, não estamos falando de um avião, mas, sim, de uma aeronave que não foi feita por nós. Não dá pra usar a nossa tecnologia e os eventos físicos que são normalmente esperados por nós como base para tirar conclusões sobre a validade de OVNIs.

  2. “E agora mori San? Qual a asneira que vc vai inventar pra refutar o fenomeno UFO dessa vez?”

    Qual é a SUA explicação, UFÓLIFO? Cético não trabalha com crendices e sim RACIONALISMO. Entendeu, UFÓLATRA.

    Rael e Meier te abençoem.

  3. KKKKKKK

    Tá bem, então isso é uma nave alienígena com mais de 200 metros fotografada nos anos 80…

    Eu tenho que acreditar que isso é uma nave espacial gigantesca só porque ninguém ainda conseguiu explicar este fenômeno na fotografia? Que legal, eu consegui fotograr o Deus Grilo do planeta Ç, porém, ainda não postei a foto porque acho que ninguém vai acreditar… mas agora vejo que há pessoas realmente dispostas a dar credibilidade a esse feito tão grandioso de minha parte.

  4. “Incrível como a maioria faz comparações com a realidade terrestre. Sim,
    um avião partindo a 2.300 Km/h causaria agitação na água. Mas, não
    estamos falando de um avião, mas, sim, de uma aeronave que não foi feita
    por nós. Não dá pra usar a nossa tecnologia e os eventos físicos que
    são normalmente esperados por nós como base para tirar conclusões sobre a
    validade de OVNIs.”

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    Nossa, quanto conhecimento sobre a dinâmica bio-física extraterrestre! Me empresta esse livro aí que fala sobre a superioridade extraterrestre nos aspectos mais variados da ciência que eu te empresto a minha enciclopédia sobre o Unicórnio Rosa Invisível! fechado? (esse teu livro aí deve ser extremamente censurado, não é? pois eu nunca o vi em livraria.)

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