Rumo a um final feliz (e produtivo!)

Rumo a um final feliz (e produtivo!)

De toda a confusão sobre desafios das semanas passadas, temos mais uma reviravolta, e esta não é de novela: o grupo Interpsi da PUC-SP aceitou graciosamente mediar a situação, centrando a questão no que realmente importa. Ambos os lados aceitaram a mediação, e a seguir reproduzimos a proposta feita então pelo Inter Psi:

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Em nome do Inter Psi da PUC-SP, devo dizer que estamos honrados com a possibilidade de servir a uma finalidade tão nobre quanto a de intermediar a discussão de um tema tão polêmico quanto interessante e importante. Faremos o que de melhor nos for possível, e de maneira absolutamente imparcial e prática. Já de saída, para que a transparência seja total e irrestrita, autorizo que todas as minhas mensagens, em nome do Inter Psi da PUC-SP, durante todo esse processo de intermediação, sejam publicadas na sua íntegra.

Li todas as mensagens trocadas entre os proponentes e os céticos da existência de evidências de vida inteligente fora da Terra. Considero que a questão pode ser resolvida de maneira pacífica, educada e em termos racionais. Creio que seja a disposição de ambos os lados. Caso contrário, não haverá qualquer chance de uma intermediação satisfatória.

Os termos racionais a que me refiro, não são os retóricos ou os polemistas. Apenas a avaliação criteriosa de evidências pode fazer superar impasses. Minha proposta inicial é para que termos como “desafio”, “luta”, “guerra”… sejam abolidos, ao menos enquanto estivermos trabalhando em conjunto. A partir de agora, sugiro que tenhamos como objetivo comum a apresentação e a avalição de evidências, não para apontar o dedo “daqui pra lá” ou “de lá pra cá” como que se alguém estivesse buscando por algo que torne o “oponente” desqualificado em seus argumentos. O que deve ser avaliado, portanto, não é a posição do “outro”, mas seus argumentos. Ao final da apresentação e avaliação, evidentemente todos poderão opinar, cada qual segundo sua perspectiva. Isso significa que não haverá nem ganhadores, nem perdedores. Teremos apenas ampliado nossa reflexão a respeito do tema.

Se ambos os lados estiverem realmente interessados em suplantar o impasse que se estabeleceu da maneira como eu a estou sugerindo, podemos começar.

Obviamente, sabedor das perspectivas de cada grupo, eu imaginei um procedimento que contemple uma avaliação o mais imparcial possível e o mais objetiva possível. Nesse procedimento, penso em convocar membros da comunidade científica brasileira para opinarem, de forma que ter-se-ia a análise de pessoas não envolvidas nem com o ceticismo organizado, nem com a ufologia organizada. Penso em contactar cientistas de várias áreas, que jamais se pronunciaram a respeito do tema, para oferecerem suas opiniões do material oferecido para análise.

Muito bem, minhas sugestões práticas, em formato de procedimentos, divididos em blocos temáticos:

ESCOLHA DAS EVIDÊNCIAS E REMESSA

1. A comunidade ufológica, representada pelo colega A. J. Gevaerd, escolhe um caso que, a seu critério, ofereça as melhores evidências da existência de vida inteligente fora da Terra.

2. A comunidade ufológica recolhe a documentação necessária e a encaminhada para mim, representante do Inter Psi da PUC-SP, e para a comunidade cética, representada pelo colega K. Mori.

AVALIAÇÃO DA COMUNIDADE CÉTICA (EM PARALELO COM A AVALIAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTÍFICA)

3. Mori e seus colegas da comunidade cética fazem a avaliação da documentação e emitem um parecer escrito.

AVALIAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTÍFICA (EM PARALELO COM A AVALIAÇÃO DA COMUNIDADE CÉTICA)

4. O Inter Psi levará a documentação a 5 (cinco) cientistas das principais universidades brasileiras (como a USP, a PUC-SP e a UNICAMP), de diferentes áreas do conhecimento, mas acostumados a avaliar objetivamente a cientificidade de evidências e solicitará a cada um deles, em separado, e sem que conheçam as identidades dos demais, que opinem quanto ao grau de evidência que o material possui. Penso em oferecer a cada um dos cientistas em questão uma planilha com vários itens que devem ser classificados em uma escala, por exemplo, de 0 a 10, de acordo com o grau de validade científica e/ou de evidência científica. Dessa forma, poderemos fazer uma tabulação objetiva, estatística, da avaliação dos cientistas.

5. O Inter Psi, de acordo com os pareceres dos cientista convidados, formulará um relatório final com os dados tabulados.

CONCLUSÕES DE AMBAS AS COMUNIDADES

6. A comunidade ufológica, então, de posse de todos os pareceres (da comunidade cética e dos cientistas), poderá escrever uma avaliação dos mesmos, apresentando os possíveis pontos de concordância e os possíveis pontos de discordância.

7. A comunidade cética, também de posse de todos os pareceres (da comunidade ufológica e dos cientistas), poderá escrever uma avaliação dos mesmos, apresentando os possíveis pontos de concordância e os possíveis pontos de discordância.

Prof. Dr. Wellington Zangari

Inter Psi/PUC-SP,

Coordenador

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Aceitamos de bom-grado a proposta. Já não é mais um “desafio”, os árbitros e termos foram definidos, e temos uma proposta de avaliação séria da questão promovida e mediada por uma terceira parte imparcial. O Interpsi esteve envolvido com a investigação e elucidação do caso da Santa na Janela em Ferraz de Vasconcelos, SP, sobre o qual pode-se ler o laudo final aqui. Com a concordância de Ademar Gevaerd, aguardamos assim o primeiro passo no procedimento a ser dado por ele, que é a escolha de “um caso que ofereça as melhores evidências da existência de vida inteligente fora da Terra”. Termina assim a novela, e entramos para o mundo real.

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