Astronomia Dogon

– O que se conta sobre os Dogon?

Dita a lenda que uma pequena tribo africana ainda na Idade da Pedra, a tribo dos Dogon, sabia desde tempos imemoriais vários fatos astronômicos, incluindo os satélites Jovianos, os anéis de Saturno e a companheira invisível de Sírio. Tais fenômenos astronômicos só foram descobertos por nossa civilização depois da Idade Moderna, com a invenção de telescópios. Certos detalhes, como o fato da companheira invisível de Sírio ser extremamente massiva, bem como o período orbital aproximado do mesmo sistema binário são precisos a ponto de praticamente excluir a possibilidade de mera coincidência. De alguma forma o conhecimento alcançável apenas por telescópios e ciência relativamente avançada teria sido incorporado aos mitos Dogon.

– Como se explica isso?

Em 1976 Robert Temple deu sua explicação: em "O Mistério de Sírio" enunciou que os mitos Dogon deviam ser tomados literalmente. Tais conhecimentos foram fornecidos por alienígenas que vieram do sistema estelar de Sírio, seres anfíbios chamados ‘Nummos’. É a teoria de ‘deuses astronautas’ em ação, mas com a credibilidade acadêmica de Temple e um rigor semi-científico. O trabalho de Temple motivou uma contestação do astrônomo Carl Sagan.

Segundo Sagan, os Dogon receberam sim seu conhecimento de uma civilização avançada, porém é muito mais provável que esta civilização tenha sido a européia, e não uma alienígena. Todos os conhecimentos atribuídos aos Dogon já eram conhecidos há um bom tempo pela civilização européia, ou seja, a nossa civilização. Em algum ponto da história, talvez pouco antes destes mitos serem finalmente registrados, exploradores ou comerciantes devem ter entrado em contato com os Dogon e em um intercâmbio de mitos astronômicos, os Dogon poderiam ter incorporado as impressionantes revelações européias sobre Sírio ter uma companheira invisível e massiva.

– E então, Nummos extraterrestres ou europeus?

Incrivelmente, trabalhos recentes mostram que tanto Temple quanto Sagan estavam errados. A verdade simples é que os Dogon não têm, até hoje, nenhum conhecimento astronômico surpreendente.

A única fonte a respeito dos notáveis conhecimentos astronômicos Dogon é o antropólogo Marcel Griaule. Sagan atentou para este fato, mas Griaule é extremamente respeitado e sua credibilidade não foi posta à prova. Porém, estudos antropológicos mais recentes revelaram que de fato, a tribo não tem mitos sobre uma companheira invisível de Sírio.

O que parece ter ocorrido foi que Griaule, inadvertidamente e através de erros de comunicação e interpretação, atribuiu conhecimentos indevidos aos Dogon. Conhecimentos que ele mesmo possuía e que interessavam o mundo acadêmico na época de suas pesquisas, como a existência de uma companheira de Sírio invisível a olho nu. Os Dogon têm a estrela Sírio como parte importante de seus ritos, até mesmo porque Sírio é a estrela mais brilhante do céu. Porém realmente não sabem a respeito de Sírio ser um sistema binário ou mesmo triplo.

Estas reavaliações dos mitos Dogon estão presentes no trabalho do antropólogo Walter van Beek, Dogon Restudies. A Field Evaluation of the Work of Marcel Griaule de 1991. Elas são confirmadas pelos trabalhos de outros antropólogos, como Jacky Boujou e Paul Lane.

Infelizmente, a explicação aos incríveis conhecimentos astronômicos Dogon é a mais decepcionante. A explicação é que não há nada a explicar, exceto um grande mal-entendido. Por parte de nossa civilização.

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Referência:

Os Dogon e o Mistério de Sírio – tradução do artigo original de Javier Garrido, disponível em Paraciencias al Dia.

2 comentários sobre “Astronomia Dogon

  1. Os dogons sabem que a SiriusB tem uma enorme densidade, totalmente desproporcional ao seu reduzido tamanho e acreditam que isso deve-se à presença do sagala, um metal extremamente duro e desconhecido na Terra. Continuam descrevendo que as órbitas compartilhadas da Sirius A e da Sirius B formam uma elipse, com a Sirius A localizada em um dos seus focos.

    Os dogons também dizem que a Sirius B demora 50 anos para completar uma órbita em volta da Sirius A, a astronomia moderna estabeleceu que o seu período orbital é de 50,4 anos. Igualmente intrigante é a sua afirmação de que a Sirius B gira em torno do seu próprio eixo e demora um ano terrestre para terminar este movimento. Alguns astrônomos afirmam que isso é possível, enquanto outros discordam dizendo que esse período de rotação é muito longo para uma estrela tão pequena e densa.

    Mas, o que é realmente assustador é o conhecimento que dizem ter sobre o terceiro astro do sistema Sirius, descoberto apenas recentemente pelos astrônomos, já que possui um tamanho irrelevante perto dos dois outros astros do sistema, e por isso levou quase meio século para ser descoberto. Os Dogons chamam este terceiro corpo de Emme Ya, ou “Mulher Sorgo” (um cereal) e dizem que é uma estrela pequena com apenas um planeta em sua órbita, ou um grande planeta com um grande satélite. Os modernos intérpretes dessa tradição chamam esta estrela de Sirius C.

    Influências européias
    A conclusão de que a informação recebida por Dieterlen e Griaule era conhecida pelos dogons há milhares de anos, e é aceita pelo membro da Royal Astronomical Society, Robert Temple, uma vez que há provas a favor de tal afirmação. Contudo, há um grupo de críticos que não concordam com essa informação. Entre este grupo de cético, estão Carl Sagan, Ian Ridpath, James Oberg e Ronald Story. Segundo eles, os exploradores da Europa e dos Estados Unidos encontraram os dogons há 150 anos e forneceram-lhes informações sobre Sirius, que logo foi incorporada à sua cosmologia.

    Contudo, em uma entrevista ao programa Horizon da BBC, Germaine Dieterlen não concordou com esse ponto de vista e, para prová-lo, mostrou um esquema feito pelos dogons do sistema Sirius de 500 anos de idade. Além disso, outros pesquisadores argumentam que muitos dos astrônomos dos dogons não eram conhecidos no Ocidente até o século XX.

    Fonte: Wikipedia

  2. Não tenho nada contra o autor e até é um previlegio para mim ler outras maneiras de pensar.

    Talvez devesse-mos aceitar os factos como eles são e não de fechar a mente a algo que vai contra os nosso principios.

    Como os dogons existem muitas outras civilizações com uma historia parecida.

    Coincidencia?

    São todos uma cambada de mentirosos?

    Acho que não.

    Com todo o gosto
    Rubim

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