Lançamento “Cérebro e Crença” de Michael Shermer: Conheça o autor e concorra ao livro!

“O objetivo do ceticismo é entender como o mundo funciona. O mundo sempre será como ele é; não importa como queremos que ele seja. O problema é que nosso cérebro está programado para estabelecer crenças e reforçá-las como verdades absolutas, e não é assim que o mundo funciona. O objetivo da ciência é tentar superar essa tendência cognitiva a acreditar, essa tendência a acreditar em coisas nas quais queremos acreditar mesmo quando não existem evidências.”

As palavras são de Michael Shermer, diretor-executivo da Skeptics Society (Sociedade dos Céticos), colunista da revista Scientific American e professor da Claremont University, na Califórnia. De um cristão fervoroso na juventude até a mudança da faculdade de Teologia para Psicologia e Biologia, a diversificada história de vida de Shermer foi decisiva para que ele abordasse os mesmos questionamentos sob outros ângulos. Atualmente, o escritor norte-americano divulga suas ideias pelo mundo através de palestras e escreve livros que rapidamente se tornam best-sellers.

Para o lançamento de seu terceiro livro no Brasil, “Cérebro e Crença” (tradução de The Believing Brain), através da JSN Editora, Shermer participará nesta quinta-feira (30/08) de uma noite de autógrafos e um bate-papo na Livraria da Vila, no Shopping Higienópolis, em um evento promovido pelo Fronteiras do Pensamento.

O evento é gratuito, e você ainda pode concorrer a um exemplar de “Cérebro e Crença“, em uma cortesia da JSN Editora! Basta retweetar até o final do dia 29/08:

RT Lançamento de ‘Cérebro e Crença’ de Michael Shermer nesta quinta! http://t.co/h0okECYb

Cinco perfis serão sorteados e anunciados na manhã de quinta-feira, e os ganhadores poderão receber — e autografar — seu livro no evento! Não perca!

Atualização 30/08/12: E os ganhadores foram @luizbento @hofnik @eltonmanoel @rmtakata @uoleo! Enviamos mensagens através do Twitter com instruções, e vocês também podem confirmar como receber enviando uma mensagem ao email [email protected]. Obrigado a todos!

Autógrafos e bate-papo com o autor de “Cérebro e Crença”: Michael Shermer
Quando: 30 de agosto de 2012 das 19h30 às 21h30
Onde: Livraria de Vila, Shopping Higienópolis, São Paulo
Evento gratuito, sem tradução

convite Michael Shermer

36 comentários sobre “Lançamento “Cérebro e Crença” de Michael Shermer: Conheça o autor e concorra ao livro!

  1. Sinceramente, o problema destes “Show men´s do mundo Skeptic” é que eles falham em aplicar suas próprias conclusões no que fazem. Desde Hegel que a “auto-análise” do conhecimento é uma ferramenta fundamental da ciência, enfim. Porque digo isso, pois o vídeo é ótimo ao corroborar (tirando o evolucionismo ridículo), que a busca por padrões de interpretação de mundo (no cérebro ou seja lá onde for) é extremamente subjetiva (depende da experiência ““isso o Shermer esquece). De qualquer forma o grande problema começa quando se tenta dizer que interpretação do cérebro é “boa” e qual é “ruim” (ou positiva e negativa como ele quer cientifisar), ai desgringolou….

    Outra coisa, achei (sei lá por que) que cético era a doutrina (filosófica) que afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito de nenhuma verdade, o que implica numa condição intelectual de questionamento permanente e na inadmissão da existência de DOGMAS no conhecimento, sejam eles fenômenos metafísicos, religiosos ou científicos;
    Agora segundo o Shermer: “O objetivo do ceticismo é entender como o mundo funciona. O mundo sempre será como ele é; não importa como queremos que ele seja.” E ai voltamos ao positivismo ingênuo (que já caiu faz tempo) Ai… que dor epistemológica…

    Muitos podem perguntar: Mas ele não defende filosofia, mas o “ceticismo científico”? Amigos, NÃO existe ceticismo científico sem filosofia, e se vc acredita na autoridade da ciência (sem replicar), não pode ser cético! Assim, os ditos céticos científicos tem duas características “evidentes”: 1- São desatualizados (por que lhes interessa) em teoria pelo menos uns 50 anos (positivismo lógico) e 2- Promovem o materialismo/naturalismo filosófico como se fosse a própria ciência. 1&2 = nada mais falso!!!
    Por exemplo, o problema do Shermer não é utilizar como fontes de suas ideias pesquisas neurológicas ou psicológicas, isso é ótimo… mas tudo fica muito tendencioso quando ele mostra apenas uma abordagem teórica para concluir coisas que lhe interessam, e todo mundo não faz isso (?), não deveria, mas claro que sim, porém, fazem isso na academia onde podem ser criticados pelos pares, coisa bem diferente de apresentar isso a uma plateia mundial de pessoas sem preparo critico para entender que ele apenas faz uma leitura “behaviorista skineriana” atrelada a um certo “neuro-estruturalismo cognitivo” (um antiquário teórico bem quetionável).

    Uma parte da “verdade” é que o determinismo biológico (neurogenético) é um assunto que interessa muito aos governos propagarem, pois é muito mais fácil controlar uma sociedade que acredita (e financia com impostos) um mundo onde os valores simbólicos não valem nada, pois “tudo é consequência de atividade química no cérebro e condicionamento, o que importa são as relações materiais, essas sim são verdadeiras!” TENHA DÓ…
    Análise cética: Será que é só para vender livro e ficar rico? Sei…

    Ah sim… o Shermer se esquece de dizer Tb que a abordagem dele na ciencia é de “realista”, neste link tem um arigo bem didático sobre os limites dessa posição (também velha): http://criticanarede.com/realismo.html

    1. mimimi

      Shermer não faz ciência. Ele escreve para o público. Talvez por isso ele também vai cair em alguns problemas.

      O principal foco dos céticos pop como o Shermer é promover a ciência e combater a pseudociência. Se tiver que cair no ceticismo filosófico ou ficar sendo extremamente técnico, não vão conseguir conquistar público ou mesmo combater farsantes.

      E deixe de ser mimizento. Até parece que o problema do mundo são os céticos faltando com o rigor filosófico do ceticismo proposto por sei lá quem. Não é preciso tanto rigor pra explicar pras pessoas que homeopatia não funciona, por exemplo.

      1. 171 é crime de estelionato. Reenvie seu comentário removendo a calúnia, porque esse comentário vai ser apagado. Não consigo ler todos os comentários (os seus, como deve ter percebido, entram sem moderação prévia), mas li este e ele não pode ser publicado assim.

        Apenas para constar, eu também apago comentários que acusam homeopatas, Chico Xavier e outras figuras de crimes sem apresentar provas — quando encontro os comentários em meio aos 20.000 comentários no site.

      2. Mori, se vc acha que ficou calunioso, apage este comentário que eu escrevo outro sem problema (está mesmo ruim pois saiu com tópics repetidos)

        Só para me explicar, quando escrevi 171 não me referi ao “crime de estelionato” (como vc pode ver não citei-o sob forma de lei e sim apenas de numeros, dessa forma, referia-me sim ao significado pela “expressão popular” que significa “enganar” outro (num sentido amplo) para obter algum benefício. Quase tod o brasileiro utiliza-se deste recurso vulgar da lingua.
        Pode ser, como exemplo deste caso, “enganar” no sentido do convencimento de uma ideia PARCIAL de ciencia como sendo TOTAL, para a venda de um livro, o que shermer “em minha opinião” faz muito bem por todas as razões que expliquei acima.

        No mais, mesmo que eu escreva criticas aqui, são sempre construtivas e agradeço tua preocupação, divido sua paixão pelo conhecimento (raro hoje em dia) e admiro sua imparcialidade.

      3. Lorenz, Re-enviei o comentario resposta “corrigido” abaixo… Coloquei algumas referencias que recomendo leitura.

    2. …”behaviorista skineriana” atrelada a um certo “neuro-estruturalismo cognitivo” (um antiquário teórico bem quetionável)….
      Puxa, vc deve ser uma pessoa extremamente atualizada, excelência!!
      Neste caso, quais teorias se adaptam de forma mais correta e moderna?? A crença psicanalítica?? Interpretação dos sonhos??
      Vc conhece Popper? Obviamente, todas as teorias devem ser refutáveis e não são provadas verdadeiras nunca! É o problema da indução. Qualquer cientista sabe que é verdade absoluta NÃO pode ser encontrada pela ciência, simplesmente porque é incompatível com o método.

      1. JJ, eu nunca disse nada sobre uma pretensa busca pela verdade, quem afirma que a neurociencia explica definitivamente o pensamento religioso é o Shermer… E baseado em aportes teóricos “antiquados” ou se vc prefere “que nao resistiram a critica”. Quanto a Popper, me parece que ele é pop entre os ceticos, mas claramente Ve-se que vc nunca passou nem perto de um texto de Popper, quanta asneira…. Alem disso a falseabilidade é um conceito tambem ultrapassado e considerado utópico pelo proprio Popper… Ninguem pensa que a ciencia funciona assim… Vc devia estudar tb o que se seguiu a ele, pois a ciencia (ea epistemologia) nao parou na metade do sec XX amigo…
        E nao estou defendendo “certos e errados”, mas somente chamando a atençao para a pluralidade de teorias, sua validade e que o verdadeiramente dogmáticas sao as afirmaçoes do Shermer.

  2. Quanta arrogância desses gringos…
    Vai a um outro país, de idioma diferente do seu, fazer uma palestra sem tradução. E ainda por cima de cunho de divulgação do conhecimento, dentro de uma loja de livros – quanta ironia – ou seria deboche mesmo com os nativos? kkkkkkk!!!!!!!!!!!! E o pior que vai ter brasileirinhos lá aplaundindo esse tipinho suspeito.
    Quanto a Livraria da Vila: para mim é a melhor das livrarias de São Paulo, principalmente a do shopping Cidade Jardim e seu bar interno, com destaque para um coquetel de maça-limão-pimenta. Já a do shopping Higienópolis não conheço, mas deve manter o mesmo padrão. Sempre que vou naquelas redondesas vou num boteco na rua Marquês de Itu tomar uma meia de leite e café, bem mais barato que no shopping Higienópolis. kkkkkkk!!!!!!!!!

    Bem…
    Toda situação fenomenológica não reprodutível e que não pode ser corroborada pela nossa ciência deverá ser descartada como verdadeira. Taí o pilar dos céticos.
    Porém, como mais ou menos frisou o Macc, como ser dono da verdade se baseando num método imposto? E que por si só é caregado de lacunas, sendo a principal o erro de medidas laboratoriais (que é atenuado por cálculo de médias)?
    Assim, a questão que se impõem não é se ser cético é certo ou errado, mas se as bases científicas nas quais o ceticismo se apóia são suficientes e plenas para nortear julgamentos definitivos sobre a realidade em que estamos inseridos. E desde que sabemos ( O bom senso indica!) que as fronteiras do saber pleno ainda estão muito além do horizonte ao nosso alcance, o melhor que fazemos é ficarmos alertas a esses donos da verdade, que ainda por cima se julgam acima de nosso idioma.

    1. Obviamente que M. Shermer será aplaudido por brasileiros que conhecem seu trabalho e que não se limitaram a apenas um idioma como meio de obtenção de conhecimento

      1. Boa observação Fabricio, na minha próxima viagem ao país EUA tentarei estar com meu fraco inglês mais apurado, pois por uma simples questão de educação e respeito não esperarei e exigirei que me entendam no meu idioma estrangeiro.

      1. Pois é Lorentz, achei estranho isso, principalmente por conhecer a Livraria da Vila e de sua alta qualidade e cuidado com seus frequentadores.
        Quanto a editora nada a declarar pois não a conheço.
        Contudo, o livro “Cérebro e Crença” pelo próprio título em português leva a acreditar que está traduzido para nosso idioma, logo os nativos conhecedores de inglês que lá estarão para a palestra – não traduzida – teriam interesse em comprar não o traduzido mas o original, não é mesmo?
        Não haverá aí um pocado de incoerência?
        Dessa forma esse encontro para mim deixa de ser cultural e dirigido para um público irrestrido e passa a ser uma vitrine de vaidades. Porém, apenas mais uma nesta São Paulo de rivalidades e ambições.

    2. Não conhecia o sr. Shermer e seu livro, que parece apenas uma versão mais pop do Thomas Metzinger e seu Ego Tunnel, mas pela sua frase, já dá para saber mais ou menos o que esperar: militância anti-religiosa travestida de autoridade científica.

      Já percebi que muitos dos céticos raramente percebem suas contradições, e admito que talvez até seja injusto julgá-lo pelas suas palavras citadas acima, que parecem direcionadas a um público leigo, mas elas não podem ser fruto de outra coisa que não completa ignorância, ou pura má-fé.

      O objetivo do ceticismo é entender o mundo sob o modelo do empiricismo científico. Ao dizer que isso é sinônimo de entender como o mundo funciona, o sr. Shermer automaticamente adota a crença absoluta de que o mundo obedece o modelo do empiricismo científico, não o contrário.

      Como foi dito pelo Macc logo acima, o sr. Shermer parece mais um dos céticos incapazes de aplicar seu ceticismo ao que eles próprios dizem, uma condição quase patológica quando leva à completa invalidação do que foi dito. A afirmação de que o mundo sempre será como ele é não pode ter outra fonte que não um ato de fé, pedágio necessário para deixar a jaula solipsista a qual ele não parece compartilhar. Usar dessa afirmação para apontar com tanta pretensão uma tendência cognitiva a acreditar, e esta como base a uma crítica ao estabelecimento de crenças chega a ser cômico.

      Obviamente, toda e qualquer teoria científica parte da crença sem evidências em alguma premisa que valida o modelo usado. Como pode ser o objetivo da ciência superar a tal tendência cognitiva a acreditar, quando ela deixa de seguir esse objetivo já no primeiro passo é algo que me escapa completamente.

    3. A pergunta real é: como ser dono da verdade, se baseando em método que justamente dá licença a adotar uma premisa qualquer como verdadeira?

      É como ter duas crianças brincando. As duas combinam que podem escolher dizer qualquer coisa uma vez, e que aquilo será verdade. A primeira criança, mais espertinha, corre e diz: tudo que você disser é mentira. É o pilar do ceticismo: uma combinação de malícia infantil com uma falta de entendimento das regras do jogo.

  3. Fiquei confuso. Será que nós – a obra-prima da escala evolutiva – teríamos algum tipo de erro de programação genética-existencial?
    E a tal relação entre comportamento e valor adaptativo?
    Sobrevivemos e nos perpetuamos, ao longo de gerações, nutridos de dissimulações e erros interpretativos da realidade?

    1. Caro Paulo Trin Junior,
      Faça um juizo de valores sobre esses questionamentos que abordas, para que façamos girar as engrenagens das contra-argumentações.
      Pois até que há bastante assunto, político, científico e social para se falar a respeito.

  4. Lorentz, é o Macc,
    1- Eu nao falei em simplificaçao, mas em usar uma vertente teórica como se ela fosse só o que existe, como se fosse A PRÓPRIA CIENCIA, é um embuste e quem defende a ciencia nao pode aceitar isso.

    2-Voce sem querer denunciou o problema. Ai é que mora o perigo, na super simplificaçao, pois a ciencia é muito complicada e cheia de controvérsias, se vc ensina apenes “um” ponto de vista (com argumentos e evidencias), e nao os outros, dizendo que é tudo que existe, vc NÄ€O esta ensinando ciencia.

    3- Se vc for rigoroso, vc NÄ€O consegue ensinar que homeopatia nāo funciona! Apenas que alguns cientistas a defendem, publicam e tem resultados e outros a combatem. Se vc acha que homeopatia nao funciona (com tanta certeza) é porque nunca estudou o assunto aprofundadamente e acreditou no primeiro shermeriano que apareceu. Tome cuidado, pois esses caras podem estar fazendo isso para defender interesses nada nobres (industria farmaceutica, etc…).
    Nāo seja ingenuo, nao é a toa que a homeopatia é reconhecida mundialmente, aqui é abalizada pelo Conselho Federal de Medicina, ou que é ensinada nas universidades. Se quizer referencias, postaram muitos artigos cientificos na discussāo sobre o artigo: http://www.ceticismoaberto.com/ceticismo/6012/consumidores-brasileiros-encenaro-overdose-homeoptica
    aqui neste mesmo site: veja o post de 12 de Abril de 2012, as 17:01 que ta cheio de artigos de veterinaria (que inclusive detonam o argumento do placebo) 
    E é claro que tem artigos contra a homeopatia tb.

    4- como o Mori pediu provas, existem inumeras referencias sobre teorias contra o “determinismo” da “Sociobiologia” principalmente na psicologia, contra a neurodeterminação:

    Uma dica é a leitura de: Rose S. A perturbadora ascenção do Determinismo Neurogenético. Ciênc Hoje 1997 janeiro-fevereiro; 21(126):18-27.

    Ou o curso sobre neuropsicologia:
    http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJAMAD/nocoes-fundamentais-neuroanatomia-relevantes-a-psicologia-visao-funcional-a-evolucao-teorica-tentativa-correlatos-neurais-a-subjetividade

    Principalmente a parte 4.2 – A TENTATIVA DO CORRELATO NEURAL AOS ESTADOS SUBJETIVOS, muito importante para a discussao aqui, mostrando que nem mesmo os neuropsicologos sabem os limites de sua disciplina, shermer parece nao entender isso, ou se faz desentendido. 
    Onde destaco o trecho:

    “É inegável a importância dos experimentos neurocientíficos, mas é necessário lembrar que eles detectam as aeras que se ativam quando pessoas dizem estar em contato com uma instância divina, mas não permitem que conheçamos como funciona simbolicamente este contato, apenas fisiologicamente. Como exemplo prático, um telefone pode ser totalmente destrinchado a ponto de não sobrar mais peças. O estudo do telefone permitirá que se conheçam suas funcionalidades e mecanismos de ligação, porém, a mensagem transmitida entre aqueles que estão se comunicando ao telefone não será vista nem com o telefone montado e muito menos com ele desmontado.

    O ponto forte das neurociências, e isso que se chama de Hard Science¸ palavra utilizada anteriormente, é subir ao degrau do significado, do simbólico. É óbvio que uma pessoa ao ler um livro ou, por exemplo, esta monografia, terá regiões cerebrais ativadas. O Lobo Occiptal será o responsável pela visualização correta, as áreas de associação farão a ponte entre este local e o Lobo Parietal, etc. Por fim, se o leitor desejar fechar o livro e executar outra tarefa, o Córtex frontal estará sendo ativado nas funções que hoje se conhece como executivas.

    É completamente inegável e leigo argumentar que não há correlato neural às experiências humanas, aos transtornos mentais, as regulações hormonais, etc. O salto enorme atual é querer que esses correlatos expliquem os simbólicos, as “filosofias de vida” de cada um, as idiossincrasias. Como os próprios experimentadores, sabiamente, fizeram, eles não tentaram muito explicar como era o Deus das freiras carmelitas, se ele era alto ou baixo, se era idoso ou novo, etc.

    Essa experiência puramente simbólica não aparece descrita no cérebro. Elas são frutos da aprendizagem, das relações sociais, da linguagem, das memórias, etc. Não há registro da literatura que verse sobre o conteúdo da experiência, porém, há pesquisadores e teóricos que querem pegar os aspectos fisiológicos da experiência e dizer que estes são suficientes para explicar os sentimentos, pensamentos, etc. Uma depressão é completamente diferente de uma imagem cerebral que sugira depressão. A primeira é experienciada, a segunda é digitalizada em formato de cores e laudos.

    Essa forma tão disseminada de explicação dos fatos pessoais, da realidade pessoal e individual, faz com que a sociedade vire um coletivo neurocientífico. Enquanto as pesquisas feitas por, basicamente, psicólogos, neuropsicólogos, psiquiatras, neuropsiquiatras e neurologistas possuem crivo de edição e publicação e por mais tendenciosas que sejam, são destinadas às camadas científicas e àqueles que tem acesso e conseguem, ou deveriam conseguir, separar e filtrar as informações, a mídia não se interessa nem um pouco por isso, ela lança as informações e o público leigo as encaixam em suas vidas de forma ainda pouco estudado pelas ciências do comportamento e das sociedades. Nesse contexto, é possível visualizar artigos que lançam uma pergunta dirigida a esses pesquisadores reducionistas que, infelizmente, existem: “sou eu ou meu cérebro?”

    A realidade social contemporânea está cada vez mais presa no discurso de uma posição de saber que está tão em construção como outras áreas. O que é científico hoje pode, amanhã, como a Frenologia, cair em total descrédito. A pergunta “por que a sociedade resolveu aceitar a neurociência como forma de verdade?” é interessante, porém não é mérito da presente monografia. A questão aqui é questionar essas pesquisas, sem tirá-las sua importância e validade, e tratar o Ser Humano como Bio-Psico-Social e não como Bio-Neuro-Social, como ocorre atualmente em alguns locais e algumas publicações.”


    Ou na tese de dourorado do prof Dr. Mauro Fraga : Nem tudo que se diz é verdade e nem tudo que é verdade é dito: Uma análise crítica da difusão do Pensamento Genético e Evolucionário na Contemporaneidade.
    http://www.tesesims.uerj.br/lildbi/docsonline/pdf/paiva_mauro.pdf

    E se faça a pergunta: Se tem tanta controvérsia científica sobre o assunto, como vc foi convencido a ponto de pregar que se deva escrever livros para o pubIico leigo dizendo que a homeopatia nao funciona ou que neuropsicologia permite chegar a conclusoes sobre fenomenos culturais religiosos….Triste né, culpe os show men’s xéticos que usam a ciencia para seus interesses politicos e pessoais.

    1. Sobre a homeopatia; uma prova de que ela não funcionada é que se pode tomar quantos tubos quizer do mesmo produto, ao invés de contar bolinhas, e não acontece nada de mal ao corpo. Agora pega o toma altas doses de um remédio quimico pra ver o que acontece !!!!!

      1. Brilhante!!!
        Mande um comunicado para o Conselho Federal de Medicina e as universidades que reconhecem a homeopatia, vc concerteza vai ganhar um premio.

        Presta a atençāo uma vez na vida: O mecanismo farmacologico de atuaçao da homeopatia é diferente da alopatia (remedios normais), é por isso que ela é tao melhor e mais segura.

        Na homeopatia é o proprio organismo que regula o efeito endogeno, apenas a necessario, nao importa a dose (é claro que é muito mais complicado do que explicar numa frase).

        Se vc soubesse minimamente do que esta falando, saberia disso. Ou seja, nao fale do que nao entende, e pare de acreditar em protestinhos ceticos de “overdose homeopatica” pois é tudo armaçāo para enganar quem nunca leu nada sobre homeopatia.

    2. Nevi, você é um cético tão bom, mas só para o que não lhe interessa. Você defende a homeopatia e usa como argumento os interesses da indústria farmacêutica. Já parou pra pensar que a indústria pode vender remédios homeopáticos também? O problema é também de oferta e demanda. Se há um público grande querendo tomar homeopatia, terá sempre aqueles que fornecerão, independente dos resultados. Mas pra isso o seu ceticismo não funciona, né. É só a indústria farmacêutica que é má. Quem lucra horrores com homeopatia são só bonzinhos.

      E já ouvi dezenas de médicos e pesquisadores em geral dizendo que homeopatia é placebo. Se não é, porque ninguém morre de overdose?

      1. Nao é por isso nāo lorentz, defendo a homeopatia pois ela é reconhecida oficialmente e no meu post indico uma discussao com links de artigos, inclusive sobre a refutaçao da tese de placebo.
        Preste atençao….
        o argumento da industria farmaceutica eu uso para defender o porque desses medicos que vc ouviu dizer, afirmarem coisas contra o que ja foi recomhecido pelas instituiçoes academicas. Tambem serve para explicar o porque de alguns movimentos ceticos serem contra a homeopatia, encenando teatrinhos sem fundamento, tem alguem ganhando grana ai…

  5. Tenho lido os posts do CA e noto que pouco mais de 50% dos leitores não concordam com a opinião dos escritores, o que sugere uma abordagem menos tendenciosa e mais científica por parte do CA. A alguns anos não lia artigos aqui. Há algum tempo os leitores eram bem mais céticos aqui no CA.
    Acredito que deve-se ao fato do CA ao abordar um assunto, trate logo de achar uma forma de desmentir, e não de investigar. Talvez seria mais ético postar os dois lados da moeda, e deixar o leitor a seu critério.

    1. Tc, Nāo entendi algumas coisas…

      – O fato do CA estar gerando mais insatisfaçāo e discordancia significa que os artigos estāo mais cientificos? Nāo acho, muito pelo contrario, o que acontece é que a ciencia esta hoje menos dogmatica e mais relativa, e as “grandes verdades” nao colam mais!
      – Nāo concordar com os artigos postando referencias é ser “menos” cético? Para mim é ser mais cético!

      Quanto ao “negacionismo” concordo plenamente, e concordo tb com o postar artigos contemplando uma argumentaçao mostrando as varias hipoteses sobre cada caso.
      Acredito que vc deve ter estranhado pois o CA é um site de ceticismo diferenciado de todos os outros por ai. Nos outros sites, as opinioes contrarias ao poisicionamento do artigo sao deletadas pelos moderadores, e ninguem fica sabendo, censura mesmo, eles só deixam os comentarios que sao contra mas sem substancia (detonando todos). Outros até te xingam e ficam dando xiliques te caluniando sem direito de resposta. Ai fica parecendo que ninguem consegue argumentar contra as “verdades” que eles postam (desconfio que seja puro ego mesmo). Azar o deles, pois com o tempo, só pessoas ignorantes e trolls adolecentes lem esses outros blogs, eles afastam a inteligencia.

      É por isso que quem visita o CA sao pessoas que tem interesse pelo conhecimento e nao por pucuinhas, temos que valorizar este espaço para trocar informações e experiencias de alto nivel, e o Mori, que já é reconhecido como um pesquisador serio, principalmente neste quesito da liberdade de expressao, cultivará mais respeito de todos.

  6. Só pra constar, costumo ler todos os comentários, já que, geralmente, são parte da matéria. Mas já não lerei os do leitor “Macc”. Na realidade, já me habituei a passar por eles e pelas respostas às “coisas que ele diz” (porque não sei como classificar aquilo) sem dar maior atenção.
    Conheço um sujeito assim. Biólogo também. Da última vez que conversamos, há alguns meses, ele queria me convencer que a “‘idéia’ da terra oca” (porque não é uma teoria), tem fundamentos e pode ser provada. Na hora, eu ri. Agora, acho muito chato.
    Não quero ter sempre que ler inúmeras besteiras pseudo-científicas, mal fundamentadas, mal escritas, mal feitas, mal pensadas, etc., em um site sobre ceticismo. É muito importante ter um contra-ponto, uma retórica. Mas não qualquer um. Não qualquer coisa.
    E mais. Detesto pessoas que arrotam uma verborréia qualquer e depois vêm com frases como “vê-se que você não é cientista”; “vá estudar um pouco”; “vá ler um livro”. Pessoas com essa característica merecem só ouvir o próprio eco. Pelo menos até que aprendam a ouvir, ou interpretar um texto.

    1. Ivan S. ,
      Adoro quando alguem que sabe que nāo pode argumentar de forma científica e postar referencias, me acusa de ser pseudocientista… Ficou frustrado foi…Vc faz meu dia.
      Ao invés de postar um comentário vazio me acusando e me xingando, cheio de adjetivos nao fundamentados e ataques pessoais gratuitos, vc devia crescer, virar gente grande e tentar debater suas ideias defendendo os “seus”pontos de vista se vc nao concorda com meus comentários.

      Se nao quer ler meus comentarios porque eles abalam seu mundinho, tudo bem, mas me atacar assim, gratuitamente? Acho que ninguem aqui esta interessado nisso, este é um espačo para comentar sobre o artigo e sobre ciencia.

      Se vc nao tem conteudo para oferecer, pelo menos nao passe vergonha amigo, e já que vc gosta de biologia, tenho uma sugestao pra vc:
      http://diariodebiologia.com/2009/07/por-que-o-avestruz-enfia-a-cabeca-no-buraco/

  7. CRER É MUITO mais fácil que questionar. Para questionar, você vai precisar de bases para pelo menos comparar. Ai…. aí vem o problema que os crentes fanáticos costumavam matar as aulas de matemática, física, química e biologia. Coisas de NERDS… Não foi a ufologia, o espiritismo, as superstições, as religiões, a metafísica que desenvolveram a civilização com sua engenharia e medicina tal qual a conhecemos e usufruimos hoje. Continuem esperando sentados um ET descer em ROSWELL ou em VARGINHA (kkkkkkkkkkk) para fazer melhor!!!

    1. Vc pode ser candidato ao IGNÓBEL Fabricio, não sei se vc sabe mas toda a tecnologia que nós temos hoje é o resultado do desenvolvimento de milhares de anos de história!
      Ou seja, em todos os 8 mil anos de civilização que conhecemos, a tecnologia e o conhecimento foram feitos por pessoas que acreditavam no que vc chama de “supersticão” – todas as grandes obras da filosofia, da literatura, da matemática, todos os principios da engenharia da quimica, da biologia, etc.. e etc.. tudo isso foi feito antes da revolução cientifica que aconteceu no sec XVII apenas!!! Todos ignorantes segundo vossa sapiencia… Oh.. que genio vc é. A “ciencia moderna” que vc fala, do materialismo epistemológico, da logica empirista, tem aí seus parcos trezentos anos…e nesse tempo, sua melhor contribuição foi poluir e devastar a natureza, criar inúmeras doenças, aumentar o tempo de trabalho do homem, criar dependencias energéticas absurdas e tudo para que? Para que bilhoes de imbecis possam passear no Shopping e achar que frenquentando a aula de quimica do colégio sabem algo sobre o mundo…

      Técnica e tecnologia não tem nada a ver com conhecimento de mundo… aprendeu, pois é não cabule mais aula de história…

  8. Caro Macc. Acho que misturamos assuntos, acho que devido a eu ter lançado um texto muito curto, provoquei um mal-entendido. SIM! Mas é claro que a ciência moderna não surgiu de uma hora para outra… foi preciso MILÊNIOS, sei disso, pois sempre gostei muito de história também. Durante esses MILENIOS de história da humanidade, os “homens de ciência”, precisaram se esgueirar, pisando em ovos para não ofender as idéias baseadas em religiões/superstições (muitas vezes ABSURDAS!!!) dos fanáticos religiosos que dominaram o mundo durante MUITO tempo. Exemplo: Inquisição da Igreja perseguindo brilhantes, inovadoras e sábias mentes…(dica: pesquise sobre GIORDANO BRUNO, queimado vivo pela inquisição em 1600). Estavam esperando encontrar na bíblia curas para doenças? Ou no alcorão? Ou nos ensinamentos de Buda? Ou nos feiticeiros??? NÃO. Pode chorar, esbravejar, se deprimir mas a realidade é essa! Ao contrário do que você disse, os homens antigos que realmente deram bases ao que conhecemos hoje aprenderam a usar a lógica e a observação da natureza para explicar as coisas. Você tem TODA a razão ao afirmar no que todo esse desenvolvimento nos levou: poluição total da natureza, consumismo, alimentação inadequada, envenenamentos, disseminação do câncer, epidemias de depressão, estresse e suicídios, idiotização da juventude, guerras, sede cada vez mais atroz por dinheiro e poder… assim como você, eu detesto muito tudo isso, pois estou junto nessa sobrevivência e todos os dias sonho em ir morar em uma fazenda retirada, produzindo meu próprio alimento e totalmente fora de comunicação com as pessoas… um abraço.

    1. Fabricio, que bom que concordamos em algumas coisas, apenas achei sua visao historica (e defesa cega) sobre ciencia bem fundamentalista. Veja bem, agora vc usa o termo “homens de ciencia” para sugerir que aqueles que utilizavam conhecimentos empiricos e a logica racional ocidental eram de alguma forma cientistas antes da ciencia…
      Bem, vc esta totalmente errado nesse ponto – primeiro porque os maiores pensadores antes e depois da chamada “revoluçao cientifica” (ate hoje) nunca foram movidos por uma razao materialista exclusivamente, e nem poderiam pois sao homens de carne o osso, muitos foram religiosos fervorosos e se foram perseguidos foi por tentarem mudar a visao dogmatica dos sacerdotes, pois sabiam da precariedade das escrituras e nao da validade da religiosidade. Newton e Copernico por exemplo eram religiosos fervorosos que declaravam estar revelando a obra divina em seus trabalhos. Ciencia nao é a mesma coisa que ateismo, isso é absurdo! Assim como religiosidade nao é necessariamente a mesma coisa que fé cega em algum escrito ou culto!
      Em segundo lugar, nao é possivel fazer uma distinçao caricaturada como vc quer sobre a palavra “ciencia”, o periodismo historico (muito criticado pelos historiadores contemporaneos) nos diz que a maneira ocidental de se pensar ciencia (metodos e praticas filosoficas e de poder) surgiu no sec xvii, e só foi institucionalizada no sec xix, porem isso é muito mais complexo pois ate hoje nao existe uma só definiçao do que é a ciencia ou sobre o que fazem os cientistas, o que existe é um grande debate sobre isso. Quando Você fala da palavra ciencia, me parece estar se referindo a “uma das filosofias da ciencia” chamada “positivismo logico empirista” (pesquise o que é) que foi muito popular e dominante no sec XX, mas que é uma visao ingenua da ciencia que nao sobreviveu as criticas epistemológicas. O positivismo foi propagandeado na sociedade por causa da necessidade de instrumentalizaçao da vida depois da revoluçao industrial e do surgimento dos mercados, onde a intençao era exatamente condicionar as pessoas a pensar que o poder da verdade estava na ciencia (e governo por tabela) usando a tecnologia como carro chefe. Eu cresci com essa ilusao de dominaçao, depois entendi que isso foi apenas uma estrategia historica, deve ser por isso que vc confunde tecnologia e ciencia como sendo a mesma coisa.
      Em terceiro lugar, Historicamente vc se refere a busca pela verdade atraves da razão instrumental e da objetividade, e esse pensamento tb é tipico desse periodo que envolvel o sec xx, chamado “modernidade cientifica” (pesquise o que é), mas essa forma de pensamento tb ja se mostrou bem fragil e um ilusao pelo relativismo epistemico e o construtivosmo social. Alem disso vc erra tb ao afirmar que existe uma unica logica de se pensar dentro da ciencia e que só atraves dela se obtem tecnologia, é um absurdo, a maior parte da tecnologia que temos hoje se desenvolvel (e foi copiada pela europa) no oriente medio e na asia, assim como toda a medicina farmacologica (sem a qual naoseria possivel a medicina moderna) foi diretamente roubada de fontes de conhecimento indígena pelo mundo todo.
      Por fim, recomendo que vc tente pesquisar mais a fundo Os temas pois vc parece um pastor de igreja falando de verdades e realidades absolutas para defender algo que sequer existe em qualquer estudo historico mais profundo.

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