Histeria coletiva afeta 600 meninas no México: a conexão OVNI

Clique na imagem ao lado para assistir ao trecho do Fantástico deste domingo sobre a “doença misteriosa no México que chama a atenção do mundo“. Mais de mil garotas abandonaram o internato católico mexicano de “Villa de las Niñas” depois que um surto de histeria coletiva afetou nada menos que 600 delas.

Os principais sintomas: dores musculares, de cabeça, além de náusea, vômito, febre e paralisia muscular. Os familiares de algumas das meninas acudiram ao internato e tiveram que carregá-las para poder levá-las a diversos hospitais já que as garotas não conseguiam caminhar. Uma vez nos hospitais, elas começaram a recuperar o passo e a liberar-se de outros sintomas. O surto iniciou-se em outubro de 2006 com uma aluna, em novembro duas meninas relatarm os mesmo sintomas, em fevereiro a cifra chegou a duzentas e hoje alcançou seiscentas alunas. As autoridades de saúde intervieram, e descartaram fatores orgânicos na etiologia da situação, posteriormente consideraram o diagnóstico de transtorno conversivo epidêmico. Este transtorno faz referência ao que tradicionalmente se denomina histeria coletiva ou histeria de massas.
Trata-se de um fenômeno grupal ou coletivo onde os afetados geralmente são jovens (consideram-se muito suscetível o gênero feminio que oscila entre os 11 e 15 anos), que desenvolvem sintomas como náusea, vertigem, diarréia e alterações no passo, e que não possui explicação biológica demonstrável, além de estar associados a fatores de estresse. Os casos recentes de transtornos conversivos epidêmicos ocorreram principalmente entre colegiais, com adolescentes submetidos a diversas situações de estresse.
[Fonte]

Não se esqueça deste caso, que de forma alguma é único. O termo “histeria coletiva” é visto popularmente com desdém, ou no mínimo como uma situação extraordinária e, como o Fantástico notou, raríssima. Em verdade, não é tão raro assim, e embora surja mais comumente em situações de extremo estresse, também podem ocorrer com tensões que consideraríamos muito menos graves. O caso clássico de histeria coletiva é o do Gaseador Louco de Mattoon, em plenos EUA ao fim da Segunda Guerra Mundial. Mas exemplos recentes por todo o mundo não faltam, e não se resumem a países subdesenvolvidos. No final de 2006 resultando na evacuação de uma escola na Inglaterra, por exemplo, ou na evacuação do metrô de Los Angeles em 2001.
Um caso especialmente notável é a histeria coletiva Pokemón em 1997, da qual muitos ainda devem se lembrar. Um episódio da série animada levou centenas de crianças a relatar mal-estar, mas apenas uma pequena porcentagem destas de fato foi afetada por ataques de epilepsia provocados pelas cores vibrantes piscando na TV. A enorme maioria das centenas, milhares de crianças relatando sintomas físicos participava de um surto de histeria coletiva. Este exemplo é especialmente relevante ao sublinahr tanto que a histeria coletiva é mais comum do que se imagina, quanto como os afetados não são loucos delirantes. No contexto em que a histeria ocorre, é mesmo socialmente aceitável apresentar tais sintomas.
Histerias coletivas não devem ser confundidas com ilusões em massa, que não envolvem relatos de sintomas físicos, apesar de haver muitas similaridades entre ambos fenômenos. Um caso especialmente interessante de ilusão em massa é o do Pente Robótico Sionista Derretedor de Pênis. A relação destes fenômenos com o ceticismo é evidente, e dá toda uma nova perspectiva a diversos casos misteriosos e inexplicáveis da ufologia e paranormal.
Poderia ser o fenômeno “chupa-chupa” na Amazônia, investigado por alguns militares brasileiros, um caso de histeria coletiva? Ufólogos e entusiastas ficarão revoltados com a simples sugestão, todavia, como explicamos acima, a sugestão não é tão descabida. O caso de Villa de Las Niñas também deixa evidente que sintomas físicos reais, como joelhos inchados, podem ocorrer em surtos de histeria — como vimos, sintomas físicos reais são o fator essencial para diferenciar ilusão de histeria em massa. Talvez o mais relevante para entender o que pode ter ocorrido na Amazônia há duas décadas seja ler um pouco mais sobre o que ocorreu na Índia há alguns anos: a histeria coletiva Muchnowa. Em meados de 2002, ao norte do país, um “misterioso objeto voador supostamente atacou mais de 100 pessoas enquanto dormiam. Eles viam um flash de luz, sentiam um choque e um objeto sólido, e emergia com rostos e membros arranhados”. Chamaram o vilão de Muchnowa, que em Hindi significa “coisa que morde ou pica o rosto”, muito similar ao “chupa-chupa” brasileiro, que mordia ou picava suas vítimas para sugar seu sangue. As marcas deixadas pelo Muchnowa também são muito similares às do chupa-chupa, arranhões, e incluem mesmo supostas queimaduras.
Embora a provável relação entre o Muchnowa e o Chupa-chupa já desprove alegações de ufólogos alienados de que o caso brasileiro seria “único”, ufólogos talvez ainda um pouco alienados automaticamente defenderiam que longe de desprovar a origem extraterrestre do Chupa-chupa, o Muchnowa o corroboraria. Seriam os mesmo alienígenas atacando novamente em regiões isoladas e paupérrimas do mundo. É uma possibilidade, digamos, mas cabe lembrar aqui que pouco antes do pânico Muchnowa, a Índia sofreu com o pânico do Homem-Macaco. Estou seguro que ufólogos alienados não hesitariam em lembrar como a ufologia tem catalogada a tipologia extraterrestre incluindo alienígenas peludos, mas espero que pelo menos alguns vejam o pânico do Homem-Macaco como evidência da extensão de ilusões e histeria em massa na Índia, e como fator relevante na compreensão do Muchnowa e, talvez, do Chupa-Chupa. Em inglês, tenho um sumário preliminar mais detalhado sobre a Operação Prato servido aos interessados.

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