Um Olhar Crítico em Algumas Clássicas Transimagens

Alexandre de Carvalho Borges, reproduzido com sua gentil permissão

Na Transcomunicação Instrumental denomina-se as imagens dos alegados mortos obtidas através de aparelhos eletrônicos de “transimagens” ou mesmo “transfotos”. Mas existem diferenças entre os dois termos, uma transfoto seria realmente uma fotografia batida por uma máquina fotográfica e que na revelação apareceu algo que supostamente seria de “outro mundo”, do “mundo dos mortos” como se diz popularmente. Uma transimagem é um termo mais genérico e que poderia também englobar a transfoto, ou seja, qualquer imagem de suposta origem paranormal. No entanto, para caráter estritamente técnico, a transimagem não seria exatamente uma fotografia obtida por uma câmera, mas uma imagem conseguida por outros meios eletrônicos. Uma transimagem poderia, portanto, ser uma imagem capturada por uma televisão, pelo computador, pelo fax etc. Não se deve, por exemplo, confundir uma transfoto com uma fotografia normal, como as obtidas por William Crookes do dito espírito Katie King. Uma transfoto tem a característica do espontâneo, do imprevisível. Resumindo em uma frase diríamos que toda transfoto pode ser uma transimagem, mas nem toda transimagem pode ser uma transfoto.

     Neste artigo estaremos dando uma olhada crítica em algumas transimagens que ficaram famosas na área da transcomunicação instrumental, seja pela sua aparição pioneira, seja pela importância dos seus personagens e as circunstâncias envolvidas na captação. Quando neste artigo nos referimos ao termo “transimagem”, não queremos introduzir, a priori, que ela tenha sido enviada do além, apenas estamos didaticamente diferenciado da sua oposta “imagem” (plenamente terrestre). Como início vamos observar a famosa transimagem do pesquisador letão Konstantin Raudive obtida em 1 de julho de 1988 pelos pesquisadores Maggy e Jules Harsch-Fiscbach em Luxemburgo. Em presença na sala também estava o pesquisador Ralf Determeyer quando a imagem apareceu na televisão dos pesquisadores e, pela primeira vez, o áudio veio simultaneamente com a imagem. Anteriormente só eram obtidas imagens sem qualquer som simultâneo ou sons sem qualquer imagem simultânea, e esta seria a experiência pioneira com a imagem fixa na tela da TV e o áudio saindo pelos alto-falantes da mesma. A aparição não demorou mais que dois minutos e mais dois minutos adicionais foram apenas da imagem fixa. A imagem que apareceu na tela pode ser vista na Figura 1 abaixo à direita:

Figura 1:

Raudive na Terra                      Raudive no "Além"

     O próprio Raudive, no momento da “˜transmissão”™ (que pode ser considerada como um transvídeo, já que veio pela televisão), assim disse sobre a imagem: “Resolvi transmitir um retrato meu, que me mostra aqui, onde estou agora, nesta margem do Rio da Eternidade […]”. Segundo os pesquisadores citados anteriormente, Raudive encontra-se em um planeta chamado Marduk, um lugar para onde vai algumas pessoas quando morrem e que tal planeta não se encontra no nosso universo, pois estaria separado de nós pelo tempo e espaço. A transimagem quer se referir a que Raudive esteja em Marduk na margem de um grande e único rio que corta todo planeta, o Rio da Eternidade. Nessa transimagem Raudive está muito mais jovem considerando-se de quando faleceu aos 65 anos. Também aparece curiosamente de óculos.

      A polêmica começa quando comparamos essa transimagem com uma fotografia sua em vida (Figura 1 à esquerda). Essa foto, em que Raudive estava com 38 anos de idade, consta no seu próprio livro A Luz Invisível, publicado em 1956. A uma primeira olhada nota-se semelhanças entre as duas imagens e alguns livros de transcomunicação instrumental tem reproduzido as duas imagens uma ao lado da outra para comparações estilo “antes vivo, depois morto”; no entanto, estes livros têm apenas se referido que existem “semelhanças“ entre as duas, mas destacando que as mesmas não são idênticas, ou seja, não são a mesma imagem, uma cópia da outra. A verdade não parece ser bem essa…É surpreendente, mas ao que parece ninguém tem feito uma análise mais apurada dessas imagens e verificado a alegação, sendo que desde 1988 tem se acreditado e divulgado que as imagens não são as mesmas, apenas apresentam semelhanças. Resolvemos destrinchar com acuidade as duas imagens partindo dos originais reproduzidos em livros sobre o tema. A Figura 1 representa o estado inicial de como são os originais, com Raudive em vida com a cabeça inclinada para baixo e pra direita. A imagem de Raudive “˜morto”™ também apresenta sua cabeça inclinada para baixo, com a diferença que está para a esquerda. Na Figura 2 está nossa análise comparativa de todo o conjunto:

Figura 2:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Raudive em vida (à esquerda) foi espelhada, alterada em brilho e contraste, um pouco dilatada e igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Já esta não foi em nada alterada permanecendo como no original. As semelhanças são notáveis podendo-se chegar a conclusão, antes nunca dita, de que seguramente são a mesma imagem. Dito por outras palavras, a transimagem é uma cópia levemente alterada da fotografia de Raudive quando vivo. É como se recortasse a cabeça de Raudive na foto e colasse em outra paisagem, no caso seria a do planeta Marduk. A iluminação no rosto é a mesma nas duas fotografias, provocando sombras exatamente iguais, como se destaca no ponto 5. A sombra dos óculos (ponto1), a sombra da base do nariz (ponto 2) e a sombra na extremidade do nariz (ponto 3) são coincidentes. A área sombreada mais interessante é o ponto 4 por ter uma forma distinta exatamente igual na transimagem. Na fotografia em vida Raudive está de paletó, mas na transimagem não é possível ver a roupa que ele está vestindo devido a sua cabeça se situar na extremidade inferior direita da tela da televisão, entretanto, a área branca indicada no ponto 8, que é o colarinho do seu paletó, também existe na transimagem. Seria esta área o colarinho ou o fundo branco da paisagem? Cremos que seria mesmo o colarinho devido ao prolongamento do pescoço!Um detalhe de aparente dessemelhança entre as duas imagens seria o indicado no ponto 6, onde seu cabelo pende a cair na testa mais acentuadamente do que o na fotografia. No entanto, a fotografia em vida mostra o mesmo delineamento do cabelo, apenas não está mais prolongado sobre a testa, o que poderia ser explicado quando a transimagem foi produzida provocando uma distorção da foto original. Como última observação, deve-se notar que o que chamamos de “˜Ponto de Falha”™ (ponto 7, uma diminuta região branca nesta região do cabelo) aparenta ser uma “falha” no transvídeo, mas tal detalhe só é mais bem visto em uma imagem de melhor resolução do que as apresentadas neste artigo. Essa “falha de pixels” no cabelo traria a ilusão de que a extremidade dele terminaria na testa em forma pontuda, o que em tese se apresentaria exatamente como na foto em vida.

     Enfim, se as imagens são as mesmas por apresentarem sombras e iluminação exatamente coincidentes, isto indicaria que houve fraude executada pelo casal de pesquisadores Jules e Magg
y Harsch-Fiscbach? A mensagem de Raudive dizia que ele estava enviando um retrato seu de onde se encontrava agora, ou seja, no mundo dos mortos, dos falecidos do planeta Terra. Porque seu retrato de lá é exatamente o mesmo retrato de quando estava vivo aos 38 anos aqui na Terra? A primeira vista qualquer pessoa de bom senso afirmaria que a transimagem não passa de uma fraude evidente, uma manipulação de uma fotografia existente. Voltaremos a estas questões posteriormente.

     Seguiremos com a análise em outra transimagem também muito famosa: a do Dr. George Jeffries Mueller. Mueller era um físico com várias qualificações, dentre elas a de doutor em física experimental pela Universidade de Cornell, local onde também lecionava. Faleceu em 31 de Maio de 1967 e posteriormente foi o principal protagonista do projeto SPIRICOM na década de 70 em que o engenheiro eletrônico George Meek, como sendo o chefe do projeto, pretendia criar um aparelho para comunicação bidirecional e audível em tempo real entre os mortos e os vivos. Mueller seria um dos espíritos que apareceram no projeto SPIRICOM, contribuindo com algumas informações de como melhorar e aperfeiçoar o sistema. O alegado espírito de Mueller posteriormente se retirou, não sendo mais possível ao SPIRICOM “˜capta-lo”™. Somente anos depois o espírito de Mueller reaparece no cenário da TCI, desta vez para o pesquisador alemão Adolf Homes da década de 90. Mueller apareceu na televisão de Adolf em 22 de Abril de 1991 e posteriormente em anos seguintes outros registros foram feitos através de seu computador e rádio, mas a única transimagem obtida foi a exatamente da data citada. A transimagem é apresentada logo a seguir na figura 3, à direita. A fotografia de Mueller em vida é apresentada à esquerda para comparação:

Figura 3:

Mueller na Terra                          Mueller no "Além"

     Livros de TCI tem apenas apresentado a transimagem sem maiores análises e estudos, nem mesmo se referindo que ela é altamente semelhante a uma fotografia de Mueller em vida. A fotografia de Mueller que está à esquerda foi obtida pelo pesquisador George Meek quando de suas pesquisas com o SPIRICOM na década de 70. Através do SPIRICOM, o dito espírito de Mueller forneceu inúmeros dados de sua vida como prova, e assim George Meek foi atrás para checa-los, obtendo dentre suas verificações esta fotografia nos arquivos da Universidade de Cornell, onde Mueller trabalhou. Esta é a única fotografia de Mueller que Meek divulgou ao mundo (se é que ele tinha outra, o que parece que não) e é a única reproduzida em diversos livros de TCI. Justamente esta fotografia é exatamente igual comparada com a transimagem obtida por Adolf Homes em 1991. Vamos analisa-la melhor:

Figura 4:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Mueller em vida (à esquerda) foi alterada em brilho e contraste e igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Já esta não foi em nada alterada permanecendo como no original. As semelhanças são notáveis podendo-se chegar a conclusão, antes nunca dita, de que seguramente são a mesma imagem. Dito por outras palavras, a transimagem é uma cópia levemente alterada da fotografia de Mueller quando vivo. A direção da iluminação é a mesma provocando sombras coincidentes, como a sombra na ponta do ouvido (ponto 1), sombra do óculos (ponto 2) e sombra embaixo do lábio inferior (ponto 6). A área iluminada na bochecha esquerda (ponto 4) é também muito semelhante, sem contar que toda iluminação do rosto se ajusta conforme a transimagem. Um detalhe interessante e denunciador é a expressão facial (ponto 5) de uma risada graciosa posando para a foto, a mesma expressão de risada ocorre na transimagem do espírito de Mueller. O ponto 3 seria notavelmente o de maior destaque por apresentar uma sombra peculiar do nariz, uma área sombreada quase circular que se prolonga até próximo ao queixo. Existem outros pontos iguais no conjunto da imagem, mas estes já são suficientes para chegar a conclusão que as imagens são as mesmas, apenas observando dessemelhança maior na cor do óculos que na transimagem não estaria preto, o que não seria barreira, entretanto, para modificações na sua cor.

      A seguir na Figura 5, as duas imagens em modo Negativo para uma melhor visualização de outros detalhes semelhantes:

Figura 5:

Comparação das imagens em modo Negativo

     Porque um espírito enviaria uma imagem exatamente igual de uma fotografia sua em vida? Porque não enviou outra foto sua que tirou em vida ao invés de mandar a mesma foto encontrava nos arquivos da Universidade de Cornell? Sendo que esta fotografia é justamente a única em que pesquisadores de todo o mundo conhecem porque foi apresentada por George Meek na década de 70! Para qualquer pessoa de mínimo bom senso em ato contínuo pensaria numa fraude, que o pesquisador Adolf Homes (já falecido) utilizou esta única foto conhecida e fez algumas adulterações apresentando-a como vinda do além do espírito de Mueller. Será mesmo? Veremos em detalhes posteriormente.

      Algo de desconfiado também é que George Mueller não foi o único dito espírito a se comunicar pelo SPIRICOM. Outros, como o espírito usando um pseudônimo de “Doc Nick” , foi o primeiro a ser ouvido pelo aparelho. Entretanto, nenhuma foto foi apresentada por George Meek na década de 70 deste enigmático “Doc Nick” em vida. Será por isso que não temos hoje uma transimagem de “Doc Nick” e apenas temos a de George Mueller no projeto SPIRICOM?

      Seguiremos com a análise em outra transimagem também muito famosa: a do abade Alois Wiesinger. Alois em vida, além de sua dedicação ao religioso, se preocupou com problemas sociais e discussões sobre os poderes da alma. Escreveu um livro em 1952, Fenômenos Ocultos à Luz da Teologia onde defendia a existência da alma e outros temas da parapsicologia. Alois faleceu em 3 de Dezembro de 1955. Só muitos anos posteriormente que o pesquisador alemão Klaus Schreiber através da sua invenção chamada de VIDICOM conseguiu registrar uma transimagem do abade. Foi precisamente em 14 de Março de 1987 que Klaus obteve a transimagem, sem, no entanto, saber de quem se tratava. Segundo Klaus, logo em seguida ele próprio utilizou da psicografia para identificar o espírito, ficando a saber que se tratava desse abade, mas de quem nunca ouvira falar e nem conhecido sua fotografia em vida. Semanas depois o grande pesquisador alemão Ernst Senkowski ficou ciente da transimagem e junto com outro pesquisador localizaram uma fotografia do abade no periódico Imago Mundi. A transimagem obtida por Klaus é apresentada logo a seguir na figura 6, à direita. A fotografia de Alois em vida (extraída do periódico Imago Mundi) é apresentada à esquerda para comparação:

Figura 6:

Wiesinger na Terra                            Wiesinger no "Além"

    
Comparando as duas imagens podemos notar dessemelhanças acentuadas, mas reconhecendo que existem evidentes semelhanças que permitem afirmar com certa segurança ser a transimagem uma versão alterada da fotografia original encontrada no periódico. Vamos analisa-la melhor:

Figura 7:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Alois em vida (à esquerda) foi dilatada, alterada em brilho e contraste para melhor destacar o jogo de sombras e igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Esta foi também alterada em brilho e contraste apenas para melhor destacar as sombras. As semelhanças são notáveis podendo-se chegar a conclusão de que seguramente

Fotografia de Alois Wiesinger do periódico Imago Mundi

são a mesma imagem, sendo que a transimagem foi alterada do pescoço para baixo, mas a cabeça é exatamente igual com a da fotografia. Dito por outras palavras, a transimagem é uma cópia levemente alterada da fotografia de Alois quando vivo. A direção da iluminação é a mesma provocando sombras exatamente coincidentes, como nos pontos 1 e 4. Melhor destaque para as sombras bem evidentes em semelhança, como são os pontos 3 (área da bochecha bem peculiar), 5 (região que se projeta no lado do pescoço de semelhança estrondosa) e 6 (sombra do nariz extremamente coincidente). Uma área de iluminação delimitada também é interessante (ponto 2). As diferenças entre as duas imagens só estão concentradas abaixo do pescoço: o ponto 7 mostra que o colarinho aparenta estar mais aberto e de aspecto geral diferenciado quando comparado com o colarinho da transimagem (ponto 10). Não há, também, a existência de uma cruz na foto próxima ao pescoço (ponto 8), entretanto, a mesma encontra-se mais abaixo pendurada por um cordão, conforme podemos ver na fotografia inteira ao lado (do abade em vida). Na transimagem a cruz localiza-se bem abaixo do pescoço (ponto 9). Apesar desse grupo de diferenças, o resto da imagem denuncia que existe uma fonte comum, a fotografia da Imago Mundi.
     A seguir na Figura 8, as duas imagens em modo Negativo para uma melhor visualização de outros detalhes semelhantes:

Figura 8:

Comparação das imagens em modo Negativo

     Alguns livros de TCI comentam que a transimagem do abade é diferente da sua fotografia em vida porque ele não está usando óculos. Deve-se notar em resposta a isso que o aro dos seus óculos são finos e a transimagem está levemente turva quando comparada com a foto, isto pode ter ocasionado que o óculos ficasse imperceptível. Quando aplicamos uma dilatação (leve turvamento, fig. 7) na foto original, o óculos “sumiu”, tornou-se quase indetectável. Nas transimagens anteriores, os óculos de Raudive e George Mueller não teriam “sumido” devido a seus aros serem grossos.

      Porque um espírito enviaria uma imagem quase igual de uma fotografia sua em vida? Porque não enviou outra foto sua que tirou em vida ao invés de mandar uma foto que foi encontrava no periódico Imago Mundi? Sendo que esta fotografia é justamente a única em que pesquisadores de todo o mundo conheciam naquela década. Para qualquer pessoa de mínimo bom senso em ato contínuo pensaria numa fraude; que o pesquisador Klaus Schreiber (já falecido) utilizou esta única foto conhecida e fez algumas adulterações, apresentando-a como vinda do além do espírito de Alois Wiesinger. Será que ele estava sendo sincero ao dizer que ao registrar a imagem no seu televisor ele nada sabia sobre esse abade e muito menos conhecia uma foto dele? Veremos em detalhes posteriormente.

      Seguiremos com a análise em outra transimagem também muito famosa: a de Friedrich Jurgenson. A transimagem obtida por Adolf Homes é apresentada logo a seguir na figura 9, à direita. A fotografia do pioneiro Jurgenson em vida é apresentada à esquerda para comparação:

Figura 9:

Jurgenson na Terra                Jurgenson no "Além"

     Homes obteu essa transimagem através de seu televisor em 13 de Outubro de 1994. Ele conta que se sentiu impelido, “como uma sensação de transe” e posicionou sua câmera diante da TV. A imagem apareceu, assim como seu computador em outro cômodo também passou a funcionar gerando um transtexto de autoria do espírito de Jurgenson. Na mensagem, Jurgenson assim disse sobre sua imagem: “Eu lhes envio várias reprises, uma projeção de mim, mais uma imagem de meu aparecimento“. A imagem apareceu de cor alaranjada no centro da tela. Vamos analisa-la melhor:

Figura 10:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Jurgenson em vida (à esquerda) foi alterada em coloração, rotacionada e igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Ao seu lado, a transimagem não foi alterada em nada e a sua direita a mesma transimagem foi ampliada e alterada em brilho e contraste para que pudesse clarear outros detalhes. As semelhanças gerais são boas dando uma margem de segurança que podem ser a mesma imagem. O penteado do cabelo de Jurgenson é o mesmo, notando-se que o ponto 1 destaca um montículo de cabelo bem denunciativo. Observamos dezenas de fotografias do pioneiro Jurgenson em vida (com diversas fases de idades) e nenhuma tem um aspecto geral do rosto e penteado do cabelo tão parecido quanto essa. Deve-se destacar que nessa idade em que ele foi fotografado seu cabelo já estava grisalho, como mostra o ponto 3 e uma região acima da testa. Mistura-se ao grisalho faixas claras (ponto 5). O interessante é que a transimagem apresenta a mesma configuração de grisalho do cabelo que a da fotografia. Observamos novamente dezenas de fotografias de Jurgenson em vida e não encontramos nenhuma configuração em níveis de grisalho exatamente iguais, pelo menos não na posição em que o rosto se encontra como nesta fotografia (olhando direto para a câmera). Outro ponto interessante no cabelo é o mostrado em 4, uma pequena faixa escura que se repete na transimagem (veja na transimagem ampliada em preto-e-branco). Por fim, o ponto 2 visualiza região sombreada na boca. Outros pontos semelhantes ainda podem ser visto, mas estes já traduzem boa margem. As dessemelhanças no resto do cabelo podem ser contornadas recortando a fotografia original. Serão as mesmas imagens?

      Outra questão importante a observar nessa transimagem é que ela mostra um Jurgenson de idade avançada, o que destoa de grande quantidade de outras transimagens em que virou lugar comum mostrar os personagens mais jovens, mesmo que tenham morrido velhos.
      Seguiremos com a análise em outra transimagem não muito famosa, mas se destaca: a de Karine Dray. Apresentamos abaixo a transimagem (à direita) e sua fotografia em vida:

Figura 11:

Karine na Terra            &#160
;               Karine no "Além"

     Karine faleceu vítima de um acidente automobilístico em 1995 e posteriormente seus pais, Yvon e Maryvonne, vieram a ser pesquisadores de TCI. A transimagem foi obtida por computador em 4 de Julho de 1997 pelos pesquisadores Maggy e Jules Harsch-Fiscbach, de Luxemburgo. Com um breve olhar vemos que as imagens são altamente similares. Vamos analisa-la melhor:

Figura 12:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Karine em vida (à esquerda) foi alterada em brilho e contraste e igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Esta não foi em nada modificada. As semelhanças gerais são notáveis podendo-se chegar a conclusão de que são a mesma imagem, sendo que a transimagem foi alterada. Dito por outras palavras, a transimagem é uma cópia alterada da fotografia de Karine quando viva. A direção da iluminação é a mesma provocando sombras exatamente coincidentes, como no ponto 3. O olhar é o mesmo (ponto 1) e a expressão do sorriso também (ponto 2). De um aspecto geral está evidente que a transimagem é um produto da fotografia original.

      Apresentaremos a seguir mais duas transimagens nos mesmos padrões que a anteriormente demonstrada. Foram obtidas também através do computador no ano de 1996 e pelos mesmos pesquisadores: o casal Maggy e Jules Harsch-Fiscbach. É auto-evidente que as alegadas transimagens são um produto de uma fotografia original. Imediatamente abaixo na figura 13 a transimagem (à direita) de Rosemare Stelh, falecida na Alemanha, e sua fotografia em vida:

Figura 13:

Rosemare na Terra            Rosemare no "Além"

Uma breve análise sem maiores detalhes (por ser desnecessário):

Figura 14:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Rosemare em vida (à esquerda) foi apenas igualada em tamanho aproximado com a transimagem. Esta não foi em nada modificada. As semelhanças gerais são evidentes podendo-se chegar a conclusão inequívoca de que são a mesma imagem. A direção da iluminação é a mesma provocando sombras exatamente coincidentes, como nos pontos 4 e 6. O sorriso é o mesmo (pontos 3 e 5). Um detalhe do cabelo que chama atenção por ser singular é o ponto 2. Entretanto, no ponto 1, um pedaço do cabelo inexiste quando comparado, mas facilmente pode ter sido recortado. De um aspecto geral está evidente que a transimagem é um produto da fotografia original.

      A outra transimagem nos mesmos padrões é apresenta a seguir. A transimagem (à direita) de Alexandre Piget, falecido em 1990 na França, e sua fotografia em vida:

Figura 15:

Piget na Terra                                Piget no "Além"

Uma breve análise sem maiores detalhes (por ser desnecessário):

Figura 16:

Análise comparativa da fotografia com a transimagem

     Nessa análise a fotografia de Piget em vida (à esquerda) não foi em nada modificada, assim como sua correspondente transimagem. As semelhanças gerais são evidentes podendo-se chegar a conclusão inequívoca de que são a mesma imagem. A direção da iluminação é a mesma provocando sombras parecidas, como no ponto 3. O olhar é o mesmo (ponto 2). Um detalhe da testa que chama atenção por ser singular é o ponto 1. o traçado do cabelo também é semelhante (ponto 4). De um aspecto geral está evidente que a transimagem é um produto da fotografia original.

Conclusões gerais – o que podemos concluir depois de observar todas essas imagens? Estamos certo que estas devem ser apenas uma amostra de muitas outras alegadas transimagens que existem. Estarão todos os pesquisadores fraudando? No presente artigo, mostramos imagens obtidas por Maggy e Jules Harsch-Fiscbach, Klaus Schreiber e Adolf Homes. Estarão todos eles manipulando fotografias de falecidos e apresentando como de imagens vindas do mundo dos mortos? Será que teriam filmado as fotos e posteriormente afirmado que captaram pela televisão ou teriam escaneado e afirmando que veio pelo computador? Sem dúvidas as alegadas transimagens apresentadas aqui são semelhantes com suas correspondentes fotografias em vida. Permitem-nos dizer que são a mesma imagem, algumas com alterações e outras exatamente coincidentes. O casal Luxemburguês Harsch-Fiscbach tem sido acusado de fraude por diversos outros pesquisadores da área. Seus resultados em TCI são espantosos e naturalmente a desconfiança estaria presente. Desconfia-se de outros episódios além das transimagens deles apresentadas aqui. Mas, estaríamos sendo justos se apenas apontássemos que o casal Luxemburguês usou fraude e não falássemos nada de Klaus e Adolf? Nunca se levantou nenhuma mínima suspeita sobre estes dois pesquisadores, sendo reconhecidos e consagrados por sua contribuição na área. Então, todos estarão fraudando ou ninguém estaria fraudando?

      Alguns pesquisadores da área têm dado uma resposta para as evidentes semelhanças entre as imagens. Dizem que para os espíritos é mais fácil manipular uma imagem pré-existente do que para gerar uma a partir do nada. Seria essa a resposta? Estariam os espíritos manipulando fotografias existentes e enviando-nos através da TV e computador? Seria por isso que a alegada transimagem de Mueller e Wiesinger serem exatamente coincidentes com as únicas fotografias conhecidas deles em vida? O espírito utilizou a fotografia que estava nos arquivos do pesquisador e manipulou de alguma forma essa matriz. Mas porque o espírito não buscou em seu álbum de família, que naturalmente deve encontrar-se guardado com algum familiar ainda vivo, e utilizou uma foto dali?
Outros pesquisadores da Parapsicologia adotam opinião divergente. Apontam que as transimagens são fruto da mente, uma ação psicocinética. Conhecidas popularmente como “fotografias do pensamento” ou mais tecnicamente como escotografia. Afirmam que o pesquisador plasmou o seu pensamento no mundo físico. As transimagens tem origem na mente, por isso que as de Mueller e Wiesinger, por exemplo, são semelhantes às únicas fotografias deles conhecidas dos pesquisadores da área. O pesquisador tinha a imagem dessas fotografias em sua mente e o resultado saiu semelhante na TV. Seria essa alternativa?

     Infelizmente podemos oferecer apenas perguntas e questionamentos e nenhuma resposta exata. As pesquisas continuam, ou fraudando, ou imaginando e concretizando, ou se comunicando com os ditos espíritos. Julgue por si mesmo.

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4 comentários sobre “Um Olhar Crítico em Algumas Clássicas Transimagens

  1. No meu ponto de vista é fraude. O que o casal quiz ganhar com isso?Dinheiro?Não, mas apenas notoriedade, pois li que eles são os “transcomunicadores mais bem sucedidos” e outra coisa o dito planeta Marduk possui o mesmo nome do Deus Babilônio e o casal nunca explicou o porque.Eu acredito na transcomunicação e creio que existem pesquisadores sinceros, contudo esse casal é meio suspeito.

  2. O Espírito não pode transmitir a imagem real e presente, simplesmente porque ele não habita essa dimensão ilusória, mas ele pode sim acessar o que já existia aqui nessa dimensão e fazer uma copia ( partícula espelho ) Um Médium quando vê uma aparição de um “” MORTO””, não vê onde ele está realmente, o Espírito usa de tudo aquilo que fazia parte de sua vida terrena , e tira cópias de tudo que quiser e puder, sendo assim ele aparece para o médium usando as imagens terrena pré existente , até os fluidos usados pertencem a terra.é como um filme que você pode retroceder e tirar cópia. As coisas não são tão simples assim como pensam, Há meu Deus, como vai levar tempo, aliás esse é o problema….tempo!

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