Chile: O Extraterrestre no Parque
“Um Extraterrestre no Forestal?” perguntaram ufólogo chilenos em 2004. A imagem causou comoção na época, do Chile ao Japão, onde teria sido comparado mesmo a um Kappa, uma criatura do folclore nipônico associada aos rios.
Mas o que uma criatura japonesa do rio estaria fazendo andando no meio de um movimentado parque público chileno?
Vamos à história. A fotografia foi capturada por Germán Pereira, engenheiro civil, enquanto visitava Concepción. Em 10 de maio de 2004, aproximadamente 17:40h, ele fotografou os policiais montados. No dia seguinte notou o que parecia um pequeno ser na imagem. Daí para os grupos ufológicos locais, e então para a imprensa internacional, foi uma questão de dias.
Infelizmente, a foto é muito borrada. A câmera esteve ajustada para um tempo de exposição relativamente longo (0,1s), o que só foi piorado pelo fato de que Pereira utilizou o zoom ótico (10x). Qualquer tremor de suas mãos resultaria em uma imagem borrada, e é exatamente o que vemos aqui.
Aparentemente a imagem chegou primeiro ao “IIEE” (Instituto de Investigación y Estudios Exobiológicos), mas foi a “CIFAE” (Corporación de Investigación de Fenómenos Aéreos) quem alcançou a imprensa antes.
As “análises” subseqüentes foram do hilariante absurdo ao bem razoável. De particular interesse foi um sumário de “9 teorias” para a criatura compilado por Camilo Valdivieso e publicada pelo sítio Terra Chile. A criatura seria:
- Extraterrestre (“sua característica de macrocéfalo”)
- Duende ou gnomo (“sem dúvida uma das teorias mais aceitas pelo público”)
- Fantasma
- Galho de árvore
- Criança
- Macaco
- Jogo de luzes e sombras
- Fraude
- Trote
Já havia por então alegações sobre outra foto com a espaçonave em que a criatura teria chegado, e mesmo análises “céticas” de grupos ufológicos rivais alegando que a foto havia sido manipulada (em verdade não há evidência de fraude) e/ou que a criatura era apenas pareidolia (possível, mas não provável).
Uma sugestão razoável finalmente veio a público quando o IIEE, que como você se lembra, é o outro grupo OVNI local de acrônimo curioso, sugeriu não apenas que era um cachorro, como mostrou imagens do mesmo:
Logo o CIFAE veio defender seu caso. Em “Restoration of the Parque Forestal Image“, argumentaram de fato com boa razão que o processamento da imagem pelo IIEE foi um tanto arbitrário, e que uma tentativa mais apropriada de restaurar a fotografia dos vários artefatos, principalmente o borrão por movimento, não resultaria na imagem clara de um cachorro. Pelo contrário.
A imagem processada pela CIFAE por ser vista à direita:
Então a criatura era ou não era um cachorro?
Bem, provavelmente sim era um cachorro. Ao final, ou realmente desde o início, não apenas o IIEE como o cético chileno Diego Zúñiga já sugeria a idéia.
A restauração pela CIFAE sim restaurou claridade à imagem, borrada pelo movimento da câmera. E a criatura não se pareceu muito com um cão. Mas o que a restauração não corrigiu foi qualquer borrão por movimento adicional causado pela própria criatura se movendo.
Isto é, além do tremor da câmera, se a criatura estivesse se movendo em uma orientação e velocidade diferentes e significativas, seu borrão por movimento combinado com o da câmera seria muito mais complexo e o processamento CIFAE não restauraria muita claridade. O fato assim de que não se parece muito com um cachorro não é uma refutação séria da tese.
Fato é que a altura da criatura é a de um cão. Parece ter patas. Não assustou cavalos, policiais, transeuntes ou o próprio fotógrafo. Ainda que a análise da imagem não nos permita extrair o contorno definido de um cão, não há realmente um grande mistério aqui.
E o mais engraçado é que, de todas as teorias selvagens listadas, um simples cachorro não estava entre elas.
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Referências
– El Desmadre de los ufólogos por perro del Parque Forestal
– Chile: An Alleged Non-Human Caught on Film
Deixo aqui uma questão sobre este caso e relativamente à possibilidade de ser um cão:
Agora os cães passeiam e correm na vertical?
Seria um cão de circo?
O evidenciar os contornos de figura limita a percepção da realidade da silhueta para os que olham para a imagem pois esses limites têm essa tendência de condicionar outras possibilidades. Digamos que de algum modo ao se delinear uma área (figura) está-se a manipular a percepção do observador, levando-o ao encontro da nossa opinião.
… fui enganado pela pareidolia.
Isso é cachorro mesmo, mistério resolvido.
essa foto toda borrada não copera mesmo
até quando vamos ter que usar maquinas desse tipo que criar duvidas em nós isso é um absurdo para quem as usa que saco
Teoria para agradar gregos e troianos . É um cachorro alienígena . É o Kripto , só que ele não estava com a capa vermelha .