Fraudes digitais: OVNIs? Não, papers.

Há pouco, pesquisadores da Coréia do Sul tiveram que se retratar a respeito de trabalhos publicados na Science porque as fotografias usadas para provar que células-tronco humanas haviam sido clonadas, haviam sido realmente clonadas com Photoshop, não no laboratório. Houve outros casos recentes também. E hoje, em ciência, cada vez mais fotografias são os dados. O Federal Office of Research Integrity disse que em 1990, menos de 3 por cento das alegações de fraude que investigaram envolvia imagens. Em 2001, o número subiu para 26 por cento. E no ano passado, era de 44,1 por cento.

Mike Rossner, do The Journal of Cell Biology, estima que 20 por cento dos manuscritos que aceita contêm pelo menos uma figura que precisa ser feita por causa de manipulação inapropriada de imagens. Ele quer dizer que as imagens não refletem de forma acurada os dados originais. Rossner estima que em torno de 1 por cento dos trabalhos têm algum tipo de imagem que é simplesmente fraudulenta.

Excerto de uma interessante entrevista em inglês com Hany Farid, da Dartmouth College, no NY Times: Proving That Seeing Shouldn’t Always Be Believing. Pelo visto, manipulações em Photoshop não se resumem à Playboy ou a falsos discos voadores.

Não que 1% seja um valor tão grande, mas a boa notícia é que Faroud é justamente um cientista da computação desenvolvendo formas mais sofisticadas e eficientes de detectar fraudes digitais, a chamada ciência forense digital. Sua página pessoal tem uma boa quantidade de material.

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