O Culto do Código Da Vinci
Um Olhar Crítico a O Código Da Vinci de Dan Brown
por Robert Sheaffer, publicado em Skeptic, Vol. 11, n.4
Por definição um romance é ficção. Mas Dan Brown diz em O Código Da Vinci que “Todas as descrições de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos neste romance são acuradas“. Neste “romance factual”, Brown faz algumas afirmações extraordinárias que, se verdadeiras, não só revolucionariam toda a religião Cristã, mas muito da história também. Brown quer que acreditemos que as práticas do Cristianismo antigo eram completamente diferentes das que nos foram ensinadas, e que uma enorme conspiração nos impediu de saber sobre isto. Uma conspiração patriarcal de um famoso imperador romano obliterou a adoração dos primeiros cristãos do “sagrado feminino”. Jesus e Maria Madalena foram casados e geraram uma linhagem real que continua até os dias de hoje. Uma sociedade secreta de alguns dos mais famosos cientistas e artistas da história tem se dedicado a preservar estes segredos antigos durante quase mil anos. No mínimo estas alegações subverteriam mais de um século de pesquisa diligente por estudiosos sérios das mais respeitadas universidades no mundo. Se houve alguma reivindicação histórica extraordinária que exigisse prova histórica extraordinária, este é o maior exemplo.
Quão boa é a prova que Brown apresenta?
Mori,
Parabéns pela iniciativa de fazer a tradução. Apesar de concordar com o Del Debbio de que o texto é apenas razoável e uma compilação de discussões passadas, de todo modo achei muito oportuno o seu trabalho, ainda mais com a exibição do filme em TV aberta – o que fará o “engine’ do Google “bombar” o seu blog…
Além disso, discordo da comparação feita por ele com relação ao “sagrado feminino” e á sociedades matriarcais citadas por Brown, e Cultos Bacantes e as Deusas menores que realmente eram adoradas na Grécia antiga. Concordo com você que Robert Sheaffer não tinha intenção de fazer essa relação.
Em tempo: não entendo quem possa criticar a Wikipedia da forma como foi feito… Duvido muito que estes que a criticaram da forma como fizeram usam uma Biblioteca Pública como primeira fonte de pesquisa.
Abraços,
Rafael.
Só gostaria de fazer alguns comentários, até porque não tenho como adicionar ou contestar nada.
O fato é que NENHUM dos evangelhos foi datado realmente. Todas essas datas são chutes, apenas isso. Não foi feita datação de carbono nem dos evangelhos canônicos, nem dos evangelhos gnósticos. Em verdade, nem temos acesso aos originais dos evangelhos canônicos (apenas a igreja tem).
Já sobre toda a teoria de Dan Brown, me limito a repetir o que vi uma historiadora dizer sobre isso: eu não ficaria nada surpreso se um dia viessem a descobrir que, de fato, Jesus foi casado com Maria Madalena. Segundo essa historiadora, ela diz isso baseado no que está na própria Bíblia (sobre o suposto abraço de Maria Madalena em Jesus após a ressurreição, por exemplo).
De qualquer forma… Tudo o que sei é que esse tema ainda dará pano pra manga, como dizem.
É bom não esquecer que o próprio Dan brown disse que seu livro é um romance. Isto resolve tudo. Fazer ilações científicas sobre um romance é ridículo.
Eu sempre achei tão estranho as pessoas discutindo “O Código da Vinci” como se fosse um documento histórico relevante e com embassamento científico. Isso é um romance com “fragmentos” da realidade para torná-lo mais atraente no entendiento do autor. Quando Brown fala em “trechos factuais” em seu romance eu entendo isso como sendo os lugares e documentos citados no livro que realmente existiram ou existem. O resto não quer dizer nada.