Mitos Populares sobre Roswell
Ao longo do tempo em que tenho lido sobre Roswell na Internet, percebi muitos dos mitos de Roswell sendo perpetuados. Estes mitos são produzidos freqüentemente pela repetição incorreta e inexata de histórias por outros indivíduos. Outros métodos de produzir os mitos populares sobre Roswell são as testemunhas da "segunda onda" elaborando sobre histórias contadas por algumas das testemunhas oculares iniciais. Se olharmos para os primeiros registros e entrevistas poderemos ver que os mitos populares são simplesmente mitos e não têm nenhuma base na realidade.
Mito 1: A Força Aérea do Exército de Roswell informou que tinha recuperado um disco voador acidentado
Pode-se traçar a origem deste mito de volta aos relatos originais sobre o caso. Porém, a nota à imprensa de fato só anuncia que a RAAF recuperou um disco voador acidentado [crashed flying disc] e não um "disco" [saucer] ou uma "espaçonave". Em julho de 1947 nem mesmo a USAAF tinha muita idéia sobre qual era exatamente a definição de um "disco voador" [flying disc].
Mito 2: Havia vigas metálicas em I nos destroços com hieróglifos roxos em relevo.
Isto vem das lembranças de Jesse Marcel Jr. sobre os materiais que ele segurou quando o pai dele os trouxe para casa ao redor das 2 da manhã do dia 8 de julho. Isto foi reforçado pelas lembranças do pai dele de figuras roxas nas vigas. Porém, Jesse Pai nunca declarou que havia vigas em formato de I nos destroços. Na realidade, em uma entrevista com Linda Corley ele declarou, "Jesse não disse direito para começar… Ele disse que elas se pareciam com vigas em I. Mas não eram… " (Pflock 163)
Adicionalmente, a escritura roxa nas vigas não estava em relevo quando as primeiras declarações foram feitas. Jesse Jr. originalmente declarou em The Roswell Incident que as marcas estavam "impressas ao longo da extremidade" (Berlitz e Moore 79) e seu pai declarou que as marcas "pareciam que tinham sido pintadas" (Berlitz e Moore 72-73). O fato de que elas estavam em relevo é algo que foi adicionado depois em recontagens da história.
Mito 3: Havia um enorme rastro na terra na fazenda Foster apontando para o segundo local do acidente (para sudeste).
O início deste mito está em The Roswell Incident. Foi o livro UFO Crash at Roswell que somou informação nova e a fundou nas declarações de Bill Brazel. Porém, declarações feitas por Jesse Marcel Sr. contradizem isto:
O que quer que fosse devia ter explodido no ar sobre o nível do chão. Tinha se desintegrado antes de atingir o chão. Os destroços estavam espalhados em uma área de cerca de três quartos de milha e com centenas de pés de largura. (Berlitz e Moore 69)
… nada atingiu realmente o chão, ou bateu no chão. Era algo que deve ter explodido sobre o chão e deve ter caído… se espalhando por toda parte. Assim como você explodiria algo sobre o chão e apenas cairia no chão… estava viajando de nordeste para sudoeste, estava naquele padrão, você poderia dizer onde começou e onde terminou através de como estava. (Pflock 230)
Adicionalmente, Bill Brazel não disse nada sobre um rastro em entrevistas iniciais para The Roswell Incident. Acrescente a isto comentários de Sheridan Cavitt e Bessie Brazel que corroboram as declarações feitas por Jesse Marcel Pai de que não havia nenhuma marca no chão
Mito 4: O campo de escombros era grande e denso.
Isto vem de Jesse Marcel Pai e então esticado por UFOlogistas. Porém, Marcel pai não disse que o campo de escombros era denso. Ele usou a descrição da densidade sempre como "espalhado". Note que ele não usa termos como densamente distribuído ou material a cada poucos pés. O termo "espalhado" pode ser interpretado de muitas maneiras. De forma interessante, Mack Brazel em sua entrevista no Roswell Daily Record também usou esta descrição. O tamanho do campo de escombros varia entre testemunhas. Jesse declarou que estava em uma área de aproximadamente 3/4 milhas de comprimento e Mack/Bessie Brazel descreveram o campo de escombros como menos de um quinto deste tamanho.
Mito 5: Algum do metal poderia ser dobrado e imediatamente voltava à forma original.
A origem desta descrição pode ser localizada de volta ao testemunho original de Bill Brazel em The Roswell Incident. Jesse Marcel Jr. nunca descreveu tais propriedades e ele não se lembra de seu pai mostrar isto a ele. Em suas entrevistas, Jesse Marcel Pai também não descreve isto especificamente. Ele falou sobre artigos inquebráveis e coisas que não podiam ser marcadas ou dobradas. Testemunhas Roswell posteriores elaborariam esta descrição. Quando entrevistado em 1997, Bill Brazel clarificou os comentários dele sobre o material voltando à sua forma original, "Levava algum tempo para fazer isto contudo" (Rodden 31). A idéia de que poderia ser dobrado em uma bola e imediatamente retornaria à sua forma original é refutada dada esta informação.
Mito 6: Corpos alienígenas foram encontrados
Isto é o que se esperaria em um acidente de espaçonave e The Roswell Incident começou esta crença fornecendo o testemunho de segunda mão em torno de Barney Barnett. Este testemunho foi posteriormente rejeitado. Porém, Jesse Marcel pai negou ter visto alguma vez qualquer corpo alienígena quando perguntado por Linda Corley em 1981. É difícil acreditar que Marcel não teria nenhum conhecimento desta parte da recuperação.
Mito 7: A nave foi atingida por um raio
Originalmente insinuado por Bill Brazel em The Roswell Incident. Isto foi descrito depois por Frank Kaufmann. Porém, pesquisa em registros meteorológicos não mostra nenhum temporal severo na área durante o tempo em questão. Não há nenhuma evidência, além das palavras de alguns indivíduos, de que um raio fez a nave se acidentar.
Mito 8: O material era inquebrável
Isto foi apresentado por Jesse Marcel pai e outros no livro The Roswell Incident. O teste de "marreta" nunca foi visto por Jesse. Ele estava muito ocupado fazendo outras coisas e apenas sugeriu que isto tinha sido tentado por alguns soldados do exército não identificados. Fica-se imaginando como um metal tão inacreditavelmente forte poderia se quebrar em milhares de pedaços, a maioria deles menor que um metro. Um acidente de avião, que usa metais normais, não se desintegra desta maneira especialmente quando explode no ar.
Mito 9: Ameaças foram feitas por pessoal militar a civis.
Feito pelas testemunhas de segunda geração a todo caso Roswell. Outras declarações eram de que o exército passou por agências de notícias para levar embora evidência da nota de imprensa. Ninguém nunca veio a público declarando que era um dos indivíduos que ameaçaram as pessoas e ninguém pôde encontrar os indivíduos no anuário de Roswell como os culpados. As histórias de uma "varredura" também estão baseadas na declaração de uma pessoa. Frank Joyce menciona isto, mas então mostra cópias da notícia da AP exibindo a história como ocorreu. Por que estas não f
oram levadas pela "varredura"? Outros que operaram empresas de mídia em Roswell não relataram tal ação.
Mito 10: Enormes medidas de segurança foram tomadas para proteger a recuperação do disco
Apresentado como fato por todos os livros, não há nenhum registro de tal atividade encontrado em qualquer registro ou documento da época. Isto inclui a história da RAAF e relatórios de manhã da base. A maioria das histórias contadas por testemunhas não é confirmada e só pode ser tomada por seu valor de face.
Mito 11: Há centenas de testemunhas oculares aos eventos em Roswell
Autores de livros pró-quedas de discos alegam ter entrevistado centenas de testemunhas, mas quando examinamos de perto o número testemunhas apresentado rapidamente diminui. Entrevistar centenas de testemunhas e o número de fato de testemunhas dos eventos são duas coisas diferentes. De acordo com Karl Pflock, há apenas 41 indivíduos em registro que foram testemunhas de fato dos eventos em questão. Destas, apenas 23 podem ser consideradas como realmente tendo entrado em contato com os escombros e só 7 delas realmente afirmam ter visto propriedades incomuns nestes escombros. Muitas das 41 testemunhas que Karl lista nem mesmo foram entrevistadas.
Mito 12: Mack Brazel foi treinado para fornecer a descrição que ele deu ao Roswell Daily Record.
Isto foi apresentado por autores de livros quando ficou óbvio que as palavras de Mack Brazel eram muito prejudiciais a eles. Bill Rickett é a fonte de uma declaração de que Mack estava sendo treinado e o Reitor Marshall declarou que Brazel era um convidado na base durante algum tempo. Porém, é preciso examinar o que é conhecido sobre o paradeiro de Brazel durante o tempo entre Jesse Marcel pai deixar a fazenda e a chegada de Mack 24 horas depois no Roswell Daily Record. Lendo o artigo, pode-se ver que Brazel estava na companhia de Walt Whitmore Sr. Testemunho adicional por Walter Haut, Jud Roberts e Walt Whitmore Jr todos confirmam que Walt Whitmore Sr tinha trazido Mack para a cidade e tinha hospedado Mack em sua casa. Se Mack estava com Walt Whitmore Sr durante este período de tempo, como foi possível que o exército treinasse Mack Brazel para dizer o que disse?
Mito 13: A mensagem na mão do general Ramey descreve as "vítimas" do acidente.
Uma palavra encontrada na mensagem que vagamente se parece com "vítimas" [victims] é apresentada por vários UFOlogistas para mostrar que havia um acidente de uma nave alienígena. A mensagem não é nada clara e a interpretação pode ser altamente subjetiva. Por exemplo, outra interpretação poderia ser não "vítimas", mas "restos" [remains]. Todas as letras estão muito borradas e algumas não estão nada claras. Quando Kevin Randle sujeitou a mensagem a inspeção visual por um grupo isento de observadores que não sabiam nada sobre a origem da mensagem, ninguém disse ver a palavra "vítimas". Ele concluiu, "O ponto real aqui, porém, é que a palavra "Vítimas" não é claramente legível a aqueles que não foram informados de que ela aparece no memorando, ou instruídos para onde olhar" (Randle). Apesar desta experiência, UFOlogistas continuam repetindo que a mensagem definitivamente descreve "vítimas" como uma certeza, o que não é o caso.
Estes são alguns dos mitos mais populares que pairam por aí. Quando se olha minuciosamente para o caso Roswell, fica rapidamente aparente que não há nenhuma evidência "irrefutável". Não há nenhum corpo, nenhuma nave acidentada e nenhum material alienígena. A história de Roswell está morta e se a UFOlogia tivesse qualquer revisão de pares [peer review] séria, teria descartado este caso há muito tempo e partido rumo a campos mais verdes.
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Trabalhos Citados
– Berlitz, Charles and William Moore. The Roswell Incident. New York: Berkley, 1988.
– Pflock, Karl. Roswell: Inconvenient Facts and the Will to Believe. Amherst: Prometheus, 2001
– Randle, Kevin. " Re: Last Nights Tragedy." 27 June 2002. UFO Updates Mailing List. Online posting. Available WWW: http://www.virtuallystrange.net/ufo/updates/2002/jun/m17-015.shtml
– Rodden, Jack. "The Ranchers Son." UFO Magazine and Phenomena Report November, 1998: 30-31.
Se for verdadeiro,porque esconder das pessoas ,isto tem haver com todos no planeta terra,ninguem tem o direito de reter informações desta natureza, se eles vieram aqui, foi por algum motivo,eles não vieram visitar os americanos, mas sim toda a raça humana.
O primeiro comentário oficial sobre o Incidente foi, sim, da Força Aérea dos EUA. É totalmente verdade que as primeiras pessoas que tomaram conhecimento do caso, tanto Brazel quanto Jesse Marcel, sofreram enormes pressões, senão ameaças para calarem-se. A pressa das autoridades militares norte-americanas em desqualificar tanto Brazel quanto Marcel é também enormemente suspeita.