O Paradoxo de Fermi e o Dilema do Prisioneiro
O Paradoxo de Fermi e o Dilema do Prisioneiro
Em resposta ao post abaixo sobre a “Estrela Assassina”, nosso leitor Amendoim fez um comentário bem esperto:
“Isto me lembrou um velho teste onde 2 homens eram presos sem poder se comunicar um com o outro (…) Atacar primeiro é o mesmo que acusar o outro.”
A perspicácia aí é notar que a lógica em “A Estrela Assassina”, onde “civilizações exterminam seus vizinhos interstelares, não por malícia, mas simplesmente porque é a ação mais lógica” é um paralelo ao que é chamado de Dilema do Prisioneiro. Em inglês, a Wikipedia tem muito mais detalhes sobre este clássico da teoria de jogos: Prisoner’s dilemma.
A teoria de jogos foi formalizada por Oskar Morgenstern e John von Neumann. Este último também criou o conceito das máquinas von Neumann, auto-reprodutoras, que por sua vez também são centrais ao paradoxo de Fermi. O campo da teoria de jogos também contou com a contribuição de uma certa Mente Brilhante.
O interessante em enxergar o paradoxo de Fermi sob o prisma do Dilema do Prisioneiro é que mais recentemente, propôs-se o “Dilema do Prisioneiro Iterado”, isto é, o dilema é repetido sucessivamente, e cada jogador pode se lembrar das escolhas que fez e dos resultados a que levaram, devendo assim formular uma estratégia de sucesso. Isso se aproxima mais da vida real, e o resultado é animador: hoje, a estratégia de melhor sucesso pré-definida consiste em começar cooperando e então repetir os atos do outro jogador. Ainda melhor que isso é, às vezes, “perdoar” o outro jogador e cooperar mesmo que ele não coopere, quebrando assim ciclos viciosos.
Vou tentar escrever em texto mais detalhado sobre tudo isso, é um assunto fascinante, e parabéns ao Amendoim, perceber a relação com o Dilema do Prisioneiro foi uma sacada genial.
Atualização: Bem, na verdade, a teoria de jogos já foi e é aplicada a questões do SETI: COMMUNICATING CONCEPTS ABOUT ALTRUISM IN INTERSTELLAR MESSAGES: AN EVOLUTIONARY GAME-THEORETIC APPROACH (PDF).