Livre-arbítrio

Há pouco mais de vinte anos, Benjamin Libet conduziu um experimento seminal, no qual ele pediu a pessoas que escolhessem um momento ao acaso para dar um piparote no seu pulso, enquanto ele assistia a atividade associada nos seus cérebros. Libet descobriu que a atividade inconsciente levando à decisão consciente de dar um piparote no próprio pulso começava aproximadamente meio segundo antes da pessoa conscientemente decidir mover-se. As descobertas de Libet sugerem que as decisões tomadas por uma pessoa são de fato primeiro construídas em um nível subconsciente e apenas posteriormente traduzidas em uma “decisão consciente”, e que a crença da pessoa que ela ocorreu ao comando da sua vontade deve-se apenas à sua perspectiva retrospectiva sobre o evento. Todavia, Libet ainda encontra espaço no seu modelo para o livre-arbítrio, na noção de poder de veto: de acordo com seu modelo, impulsos inconscientes para realizar um ato volicional estão abertos à supressão pelos esforços conscientes da pessoa.
Um experimento relacionado realizado posteriormente por Alvaro Pascual-Leone envolveu pedir a pessoas que escolhessem ao acaso qual mão mover. Ele descobriu que estimulando diferentes hemisférios do cérebro usando campos magnéticos é possível influenciar fortemente a mão que a pessoa escolhe. Normalmente destros escolhem mover a mão direita 60% das vezes, por exemplo, mas quando o hemisfério direito é estimulado eles escolhem sua mão esquerda 80% das vezes. O hemisfério direito do cérebro é responsável pelo lado esquerdo do corpo, e o hemisfério esquerdo pelo direito. Apesar da influência externa sobre sua tomada de decisão, as pessoas continuam a relatar que acreditam que sua escolha da mão foi feita livremente.
Da Wikipedia: Livre-arbítrio
Vitor Moura dispinibiliza a tradução de um artigo de Libet sobre suas experiências, apropriadamente intitulado Nós Temos Livre-Arbítrio?. Moura também oferece traduções de algumas críticas.
Em CeticismoAberto, você ainda pode ler (se quiser, é claro) um fascinante excerto do livro de John Barrow, Impossibility, sobre O Problema do Livre Arbítrio. E, sobre a confabulação retrospectiva que pode ser aquilo que chamamos de consciência de livre-arbítrio, vale indicar outro magnífica experimento mais recente: “Cegueira de Escolha” e como enganamos a nós mesmos.
Nós temos que acreditar no livre arbítrio. Nós não temos escolha“. – Isaac Singer

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