E La Nave va(i)…

O boletim chileno La Nave de los Locos chega a seu último número, e sobre a obra de Diego Zúñiga e Sergio Sánchez, escrevemos um par de parágrafos:

O verdadeiro impacto da ufologia só será notado no dia em que finalmente fizermos contato. Os alienígenas dificilmente serão Greys em discos voadores exibindo um memorial aos seus heróis mortos em Roswell, o que deve surpreender a maior parte da população mundial. Mas o verdadeiramente surpreendente é que a visão popular sobre nossos eventuais vizinhos galácticos e suas atividades esteja sendo moldada não só por entusiastas leigos, como também por traficantes de mistério, charlatães e mesmo doentes mentais. Com o avanço e complexidade das ciências naturais, a ufologia e outras pseudociências são um dos últimos caminhos pelos quais um leigo pode eventualmente influenciar milhões com suas idéias sobre o mundo. O sistema de Zeta Reticuli indicado por Marjorie Fish tornou-se um ícone cultural, e se Fish era uma entusiasta, a influência de charlatães e traficantes dedicados exclusivamente a vender falsos mistérios é muito maior. 

É aqui que reside a importância de La Nave de los Locos. Enquanto “ufólogos” lidam de forma incoerente com suas próprias crenças, contaminando outros em seu caminho, e charlatães se concentram apenas em contaminar a todos com crenças variadas, La Nave promoveu o pensamento crítico na análise racional dos fenômenos reais em questão ““ sejam naturais ou culturais. Em termos muito simples, isso é bom. E foi ótimo ter feito parte deste esforço. La Nave já influenciou muitos, eu incluído, e esperançosamente deve influenciar a muitos mais. Agrada pensar que, no dia em que fizermos contato, talvez seja uma das mais interessantes leituras ““ incluindo aos alienígenas.

O título deste post é “inspirado” na nota de Alejandro Agostinelli para a mesma edição final. Fará falta.

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